Sinistralidade rodoviária: morreram cinco pessoas em Guimarães em 2020
Morreram, pelo menos, 90 pessoas na sequência de acidentes rodoviários no concelho de Guimarães na última década. No último ano, marcado pelo confinamento, registaram-se cinco óbitos nas estradas vimaranenses: dois despistes, duas colisões e um atropelamento. Segundo dados compilados a partir dos relatórios da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) entre 2010 a 2020, e comparando com os restantes concelhos do Quadrilátero, as vias circunscritas ao concelho são aquelas onde se registaram mais mortos.
Os dados não permitem calcular o número total de óbitos da década — o relatório de 2019 não discrimina o número de acidentes e vítimas mortais por concelho. No entanto, a partir do documento divulgado no decorrer desta semana, é possível perceber que a soma aponta para mais de 300 mortes: são 308 nos dez anos averiguados.
O número de vítimas mortais na sequência de acidentes no concelho tem vindo a diminuir. Se nos três primeiros anos analisados (2010, 2011, 2012) Guimarães apresentava números sempre superiores aos do restante Quadrilátero - 42 óbitos nestes três períodos -, os dois últimos relatórios (2018 e 2020) dão conta da morte de nove pessoas.
Em 2020, a nível nacional, mais de metade das vítimas mortais registaram-se na rede rodoviária sob responsabilidade de quatro gestores de infraestruturas: Infraestruturas de Portugal (42,1%), Brisa (6,2%) e Ascendi (3,1%). No caso de Guimarães, dois dos óbitos ocorreram em estradas do município.
Os relatório da ASNR matizam as mortes em dois aspetos: vítima mortal a 24 horas, quando o óbito ocorre no local do acidente ou durante o percurso até à unidade de saúde; e vítima mortal a 30 dias, para óbitos que ocorram no local do acidente ou durante o período de 30 dias após a sua ocorrência. Os números escrutinados pelo Jornal de Guimarães pertencem a esta última categoria.
A entidade precisa que se registaram 26.501 acidentes com vítimas em 2020, dos quais resultaram 390 mortos ocorridas no local do acidente ou durante o transporte até à unidade de saúde. O relatório mostra uma melhoria em todos os indicadores de sinistralidade desde 2016. No documento é destacado que os resultados do ano transato foram "fortemente condicionados" pelas alterações verificadas na mobilidade, mas a Segurança Rodoviária ressalva que antes do primeiro período de confinamento decorrente do primeiro Estado de Emergência, verificou-se uma "redução geral da sinistralidade quando comparada com mesmo período do ano transato".