Nesta "expedição fotográfica" somos convidados "a combater a saudade"
Se é certo que a cidade de Guimarães captura a atenção “das objetivas”, também é correto afirmar que “o concelho é muito mais do que a cidade” e o registo fotográfico destes outros locais “não está tão aprofundado”. A observação de Paulo Vieira de Castro, presidente da Sociedade Martins Sarmento (SMS), serviu de mote para a apresentação do terceiro concurso de fotografia com a chancela da instituição.
Nesta edição do “Guimarães - Expedição Fotográfica”, apontam-se baterias ao tema “Saudade”, a recentemente eleita palavra do ano de 2020. O Prémio de Fotografia Martins Sarmento teve início em 2016 e nesta edição revela-se sob o signo desta palavra. "Tem a ver, no nosso entendimento, com a atitude perante a realidade que vivemos e à qual não estamos habituados. “Saudade” gera-nos esse sentimento de recordação. Este ano, pelas circunstâncias da crise sanitária, parece-nos oportuno voltar as nossas atenções para estes ambientes, para as pessoas, vivemos um tempo diferente, do qual importa registar e fazer memória”, assinalou Paulo Vieira de Castro.
Esta é a terceira edição deste concurso. O principal objetivo é constituir um processo de recolha e atualização de espólio documental fotográfico ao mesmo tempo que homenageia o legado de Francisco Martins Sarmento, "pioneiro da fotografia" no âmbito da arqueologia. A SMS está confiante que, sob o signo da palavra “saudade”, as fotografias a concurso apontem para outras dinâmicas. “Ao invés do que acontecia quando focávamos a arquitetura, ambientes urbanos, temos as pessoas, o núcleo familiar, amigos, esses ambientes, que nos vão dar uma nova perspetiva”, indicou Amélia Gomes Alves, da organização.
A entrega dos trabalhos a concurso decorrerá durante o mês de Outubro de 2021, tendo como data limite o dia 31. Os prémios são idênticos aos das duas edições anteriores: 1000 euros para o primeiro classificado, 500 para o segundo e 250 para o terceiro. Todos os premiados vão receber um troféu e publicações ligadas a fotografia. Haverá, tal como em edições transatas, a exposição de todos os trabalhos submetidos.
O Cineclube de Guimarães também se associa à iniciativa que pede aos fotógrafos para mostrarem a “saudade do tempo que é nosso e do futuro por que ansiamos". “A nossa colaboração é feita com todo o bom gosto, é de salutar o bom relacionamento entre as instituições de Guimarães. As objetivas estão muito voltadas para o centro histórico, fotógrafos em geral tendem sempre a fotografar o centro histórico, castelo, paço, saudar esta iniciativa, fotografar o que é menos visto, enriquecer e dar outra dimensão à fotografia feita na cidade”, indicou o presidente da direção Cincelube, Carlos Mesquita. “Este trabalho é um exercício de combater a saudade”, acrescentou.
No decorrer da conferência de imprensa, realizada através da plataforma Zoom, Miguel Frazão, da SMS, fez saber que a primeira edição do concurso contou com 70 participantes, a segunda com o dobro.