SPAG em “desespero” com o CRO: “Não há bem-estar animal em Guimarães”
Isabel Rodrigues, vice-presidente da Sociedade Protetora dos Animais de Guimarães (SPAG), participou na reunião de câmara desta terça-feira no momento dedicado à participação do público, enquanto voluntária e cidadã vimaranense, de forma a alertar para a situação que se vive atualmente no Centro de Recolha Oficial de Guimarães (CRO).
Com o canil gatil “sobrelotado”, estando há vários anos prometidas obras de ampliação, Isabel Rodrigues referiu que a entidade que representa “entrou em desespero”. “Este tema é varrido para debaixo do tapete, porque não há bem-estar animal em Guimarães”, disse a vice-presidente.
“Não entendemos o atraso nas obras. O que temos é um CRO sobrelotado, com animais em boxes exíguas, húmidas e sem condições para ter os animais 24 horas sobre 24 horas. Há barulho constante, o que provoca stress, e falta luz natural. Aqueles corredores são um depósito, um presídio”, desabafou perante a vereação.
Sustentando que o objetivo da SPAG é ter “mais adoções de qualidade”, a associação “pretende ser parte da solução”, apontando algumas medidas que poder ser adotadas antes das “obras urgentíssimas” que são necessárias e que “infelizmente não começarão este ano”.
“Temos algumas soluções que queremos apresentar e colaborar com a Câmara. Queremos que seja dado mais tempo aos voluntários. Uma solução seria mais autonomia à SPAG com o alargamento do horário do CRO: oferecemos o nosso tempo para que nos seja permitido fazer voluntariado diariamente e isso não implica que os funcionários lá estejam. Duas horas ao sábado é muito pouco. Precisamos do sábado à tarde, precisamos do domingo. O CRO tem quatro parques exteriores incríveis, que podem ser divididos”, disse, referindo ainda que gostariam de acompanhar o processo de adoções.
“A direção técnica diz que o nosso CRO é um dos melhores”
Domingos Bragança mostrou-se disponível para aperfeiçoar o protocolo entre o município e a SPAG. “A direção técnica, especializada, transmite-me que o nosso CRO é dos melhores. Há uns anos fizemos um acordo de abrir a possibilidade de voluntariado no CRO. Se é possível aperfeiçoar esse acordo estamos disponíveis, juntamente com a senhora vereadora”, respondeu.
O presidente da câmara disse que, numa primeira instância, é primordial alertar consciências e sensibilizar as pessoas para “não lançar os animais na rua sem mais nem menos”. De resto, o presidente da câmara diz que esta situação não o preocupa: “A direção técnica reporta-me um bom canil, é dos poucos que abre ao voluntariado”.
Em relação às obras, o presidente da câmara diz que o processo está a ser revisto. “O projeto de extensão já ultrapassa um milhão de euros. Estamos a perceber porque é que uma extensão destas custa tanto dinheiro. Queremos que a manta dê para aqui, porque começa a ser curta. Os preços bases da obra começam a ter uma subida em que se dobra o preço e temos de rever bem os projetos, os projetos todos”, informou.