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Um check-in madrugador para as meias num voo que ainda esperava turbulência

Tiago Mendes Dias
Desporto \ quinta-feira, fevereiro 08, 2024
© Direitos reservados
A noite adivinhava-se tranquila, mas tornou-se frenético a partir dos 15 minutos, com oportunidades sem conta nas balizas de Vitória e Gil. Prevaleceram os dois golos vimaranenses a abrir.

A viagem parecia incluir marcação e check-in em simultâneo, tamanha a rapidez com que o Vitória cravou dois passos de gigante para as meias-finais da Taça de Portugal, mas esse processo acabou enredado numa onda de turbulência que, porém, nunca colocou em causa os planos. A equipa de Álvaro Pacheco recebeu e venceu o Gil Vicente por 3-1 e está nas meias-finais da prova rainha sete anos depois da última ocasião. Resta agora esperar pelo vencedor do Santa Clara – FC Porto, num duelo adiado para 27 ou 28 de fevereiro, após o mau tempo ter interrompido o duelo de quarta-feira nos Açores.

A chuva fazia-se sentir no Estádio D. Afonso Henriques, mas o futebol vitoriano nos primeiros minutos parecia o de uma tripulação que deslizava pelos ares, beneficiando dos ventos de feição. Tiago Silva e André Silva foram os comandantes dessa aeronave; o médio foi o primeiro a encontrar o caminho das redes à guarda de Andrew, num tiro do meio da rua, aos seis minutos, e o ponta de lança que já fizera o gosto ao pé em Vizela o segundo; desviou um cruzamento de João Mendes para o fundo das redes com um toque subtil.

A rota para as meias-finais parecia certa e segura, sem nuvens no horizonte, mas o Gil Vicente recusou atirar a toalha ao chão, encarregando-se de tornar esse itinerário mais sinuoso. As duas equipas tinham muito espaço para atacar e as oportunidades floresceram; Maxime ameaçou de um lado, Jota do outro. O jogo estava ligado à corrente! Ao minuto 37, os galos cantaram mais alto, num momento de harmonia entre Leonardo Buta e Murilo, que culminou num remate astuto do extremo entre as pernas de Charles, esta quinta-feira vestido à Neno.

Já então despertos para a eliminatória, os gilistas levantaram ainda mais a crista nos minutos que se seguiram, de calafrios para a área vitoriana. Ali Alipour falhou o empate por milímetros no minuto a seguir ao 2-1 e obrigou depois Charles a defesa apertada. Nessa fase mais agitada do desafio, a pontaria estava com o Vitória: Händel estava afinado na visão de jogo com que desmarcou Jota Silva e o incansável atacante de Melres só teve olhos para a baliza na hora de desviar a bola do alcance de Andrew. Havia 30 segundos por se jogar na primeira metade; dificilmente o golo poderia ter surgido em melhor altura.

A segunda parte parecia tirada a papel químico da primeira parte, tais as ocasiões de golo numa e noutra baliza, com uma frequência pouco vista em muitos jogos do campeonato. Mas as portas das balizas trancaram-se, por muito que Jota Silva, Murilo ou Tidjany Touré tentassem sentenciar o desafio ou reabri-lo. Nas horas mais apertadas, o poste valeu ao Vitória para travar um remate violento de Martim Neto, aos 68 minutos, e Charles disse presente: o guarda-redes negou o golo a Fujimoto nos descontos. O tempo já era escasso, mas o carimbo para as desejadas meias-finais, algo que já não se verificava há sete anos, poderia ficar em risco.

Resta agora saber se o oponente será o Santa Clara, líder da Segunda Liga, ou o FC Porto, terceiro da Primeira Liga e detentor do troféu. A 27 ou 28 de fevereiro, saber-se-á qual o último obstáculo a ultrapassar rumo à ambicionada romaria ao Jamor.

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