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Tanta eletricidade acabou em choque: Vitória perde dérbi no último suspiro

Tiago Mendes Dias
Desporto \ sábado, maio 11, 2024
© Direitos reservados
Num jogo de parada e resposta, vertiginoso, em que o Vitória reclama uma grande penalidade, um golo de Rony Lopes no último suspiro afastou a equipa preta e branca do quarto lugar.

O Estádio D. Afonso Henriques estava ligado a corrente, segundo após segundo; a grande maioria dos presentes suspirava por um golo que valesse o mesmo desfecho dos dois anos anteriores. Sentia‐se no ar a incerteza face ao que se via em campo: duas equipas a aproveitar cada espaço para disparar rumo à baliza contrária e apontar o golo que lhe valesse o triunfo. Foi mais feliz nesse desígnio o Sporting de Braga: depois de alguma indefinição vitoriana para afastar a bola da sua área, Rony Lopes castigou a equipa de branco com um remate à meia volta, que ainda resvalou em Ricardo Mangas. Silêncio no anfiteatro vitoriano perante a festa rival que eclodiu no setor da bancada norte onde se encontravam cerca de 1.500 adeptos bracarenses.

Terminavam assim as aspirações vitorianas de lutar pelo quarto lugar, num dérbi em que até trabalhou muito para isso, embora nem sempre bem. Mas, no fundo, o Vitória acabou vergado por certos deslizes em fases cruciais do encontro, a valerem tão só o espaço de que os arsenalistas tanto gostam para definir com precisão e mostrarem‐se letais no remate, assim que se enquadravam com a baliza. Pelo meio, o Vitória ficou a reclamar um penálti que poderia valer o 2‐1; aos 61 minutos, Tomás Ribeiro cabeceou para a baliza, mas ao embater no braço de Niakaté, a bola foi desviada para a trave.

Sem Tomás Händel, Álvaro Pacheco optou pela solução mais esperada para colmatar a lacuna entre a defesa e o meio‐campo: adiantar Manu Silva no terreno e fazer regressar Jorge Fernandes ao lado direito do trio defensivo. Mais à frente, Nélson Oliveira apareceu como referência no ataque, libertando Jota Silva para trabalho mais ofensivo.

Expectantes nos instantes iniciais, os jogadores vitorianos não se viram para um susto ao minuto dois quando o remate de longe de Victor Gómez esbarrou na trave após palmada de Bruno Varela. Os bracarenses circulavam mais bola e o Vitória organizava‐se sem ela. Mas quando teve hipótese de disparar no terreno, foi letal. O toque de Nélson Oliveira quando estava marcado permitiu libertar Ricardo Mangas, que foi à linha para atrasar para André André. O veterano recebeu no interior da área vitoriana e correu sem medo até à linha para entregar um golo de bandeja que Bruno Gaspar não enjeitou.

O anfiteatro vitoriano explodiu num repente para celebrar um golo que deu mais conforto à turma de Guimarães, apesar da resposta de Zalazar dois minutos volvidos. Embalados pelo público, os pupilos de Álvaro Pacheco adiantaram‐se no terreno, circularam a bola, giraram‐na de um flanco para o outro e mantiveram os bracarenses aprisionados no seu meio‐campo, sem qualquer ameaça nos contra‐ataques. Esse estado de coisas perdurou até ao minuto 24: a incapacidade de Manu Silva em afastar a bola da zona de perigo levou Ricardo Horta a atingir a linha final rumo a um atraso irrepreensível para a finalização de Bruma.

O encontro voltava ao ponto de partida e a uma toada em que os bracarenses despertavam de novo para os repentinos contra‐ataques assim que ganhava a bola no seu meio‐campo. Embora sem consentir ocasiões claras, a não ser um lance de golo anulado, o Vitória teve de suar para travar essas incursões bracarenses até ao intervalo, sem deixar de espreitar a baliza contrária, embora sem o mesmo esclarecimento do período entre os minutos 10 e 25.

Desmarcado na esquerda, Ricardo Horta foi preciso na decisão de atrasar a bola, e Bruma rematou na passada, sem hipóteses de defesa para Bruno Varela, a não ser que fosse uma por instinto; 25 minutos de jogo e tudo como no início, até na toada que o duelo assumiu nos minutos seguintes: o Sp. Braga voltou a controlar a bola com mais conforto e a aproveitar cada ataque rápido para criar frisson na retaguarda vitoriana, mas sem ocasiões flagrantes a não ser um lance de golo que viria a ser anulado.

Os violentos remates de Zalazar e de Victor Gómez foram aperitivo para uma segunda parte mais viva, vertiginosa, frenética. Os vitorianos responderam, estiveram quase a marcar no já referido lance de Tomás Ribeiro e, apesar do golpe sofrido no encosto de Ricardo Horta, num lance inicialmente anulado, a equipa foi capaz de responder. Ricardo Mangas concluiu com precisão uma jogada coletiva sem mácula, de régua e esquadro, ao primeiro toque. O golo pareceu dar ímpeto ao Vitória para um último assalto à baliza bracarense, mas os intentos vitorianos saíram furados.

A equipa de Guimarães despediu‐se do seu estádio com um desaire, vê‐se afastada da luta pelo quarto lugar até à última jornada. O jogo em Arouca terá bem menos emoção em redor, embora ainda haja um recorde pontual em causa.

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