Tchaikovsky e Mussorgsky com maestro ucraniano no Guimarães Allegro
As texturas da música clássica vão de novo emergir na cidade de 14 a 16 de julho, com o Guimarães Allegro. O lema da sétima edição, “a arte pela arte”, vincou o diretor artístico do festival, Domingos Castro, vai-se evidenciar logo no concerto de abertura, marcado para o Paço dos Duques de Bragança, às 22h00. A Orquestra de Guimarães vai interpretar Romeu e Julieta, composição de Piotr Tchaikovsky baseada na tragédia de Shakespeare, e Quadros de uma exposição, de Modest Mussorgsky, com a orquestração do francês Maurice Ravel, sob o maestro Maxim Rysanov.
O público será presenteado com um ucraniano a dirigir obras de compositores russos, terminando a segunda das quais com um “quadro” designado “A Grande Porta de Kiev”. “Temos visto uma cultura de cancelamento, e este é um manifesto contra a objetivação da música. O nosso lema é a arte pela arte”, frisou o diretor artístico na conferência de imprensa decorrida na Alameda de São Dâmaso.
Nos dois dias que se seguem, o Guimarães Allegro dará palco a vários ensembles de instrumentos clássicos e a várias formações de Guimarães – a sexta-feira está reservada aos Jovens Solistas do Conservatório de Guimarães e ao Quarteto de Cordas de Guimarães na sexta-feira, em espaços fechados, enquanto o sábado dará o espaço público ao Quarteto de Clarinetes da Banda Musical de Caldas das Taipas (Plataforma das Artes e da Criatividade), ao Grupo de Música de Câmara do Conservatório de Guimarães (Largo do Trovador) e ao Quarteto de Metais da Banda Filarmónica de Moreira de Cónegos (Largo da Oliveira).
Entre os ensembles que vão preencher o centro histórico classificado como património mundial da UNESCO e a área de Couros, destaca-se o Portuguese Brass, que vai interpretar obras de Shostakovich, de Verdi, de Puccini ou de Gershwin no jardim do Museu de Alberto Sampaio, a partir das 22h00 de sábado. A mostra encerra com o espetáculo itinerante dos Gooze, a partir das 23h00.
Dar “um tom festivo e celebratório” ao trabalho de todos os dias
Presente na apresentação do festival, o vereador com o pelouro da Cultura e do Turismo realçou que o Guimarães Allegro é o “momento de levar para a rua, em festa, a música erudita”, desmistificando “um certo elitismo” associado ao género musical.
“O próprio termo “música erudita” corre o risco de afastar as pessoas, mas o Guimarães Allegro tem enchido as praças e realmente alegrado as pessoas. Há expressões mais populares destas músicas que vão das bancadas filarmónicas aos grupos corais, de pessoas que todos os dias, de forma amadora, se entregam a esses projetos”, vincou Paulo Lopes Silva.
Para o responsável, o evento é também um canal para reforçar os projetos de formação musical em curso no território de Guimarães, agora “consolidados com a instalação do Conservatório de Guimarães no Teatro Jordão”, e também õ Bairro C, “projeto de dimensões artísticas e humanas” de “transformação do território e das pessoas”.