Teatro Oficina lança programa com o mote “Nova vida para velhos fantasmas”
O Teatro Oficina, apresentou a sua programação para o último quadrimestre de 2025, marcada por um reforço no apoio à criação jovem, pela aposta na experimentação e pela continuidade de projetos já consolidados. Sob a direção artística de Bruno dos Reis, responsável pelo biénio 2025-2026, a companhia propõe um programa que, segundo o próprio, procura questionar a relação com o passado e abrir espaço para novas formas de criação. "Se os fantasmas à nossa frente são tão translúcidos, porque é que não é através deles que vemos o nosso futuro?", questiona a organização, em comunicado.
Entre as principais novidades está o programa "Brevemente", criado em parceria com a Associação Convívio, que convida jovens criadores, com especial atenção aos de Guimarães, a apresentarem textos curtos e em processo de construção. Os encontros estão marcados para os dias 11 de outubro, 22 de novembro e 20 de dezembro, com dois textos por noite, num modelo que privilegia a urgência da interpretação.
Outro destaque é o "Berçário", iniciativa destinada a apoiar jovens artistas vimaranenses nas suas primeiras encenações. Com estreia prevista para 2026, o projeto terá uma fase piloto ainda este ano, com o espetáculo "És igual à tua mãe", do coletivo Totentanz, em cena de 22 a 24 de outubro no Espaço Oficina. A proposta inclui apoio técnico e teórico, bem como formação na preparação de candidaturas a apoios à criação e circulação.
As Oficinas do Teatro Oficina (OTO) também recebem um novo modelo, mais formativo e dividido em quatro vertentes: OpTO (módulos iniciáticos), OcTO (módulos especializados para amadores e profissionais), OrTO (oficinas de aprofundamento com exercício final) e OiTO, dedicada à infância. Esta nova estrutura será apresentada publicamente a 29 de setembro, no Pequeno Auditório do Centro Cultural Vila Flor.
Na linha do apoio à criação independente, o Teatro Oficina acolhe o projeto "All Tomorrow’s Parties", do coletivo SillySeason. A obra, criada em Lisboa, chega à sua 6.ª edição, agora focado em artistas da região norte com vontade de experimentar e criar livremente. Durante 13 dias, seis artistas ocuparão o Centro de Criação de Candoso e o Espaço Oficina para desenvolver novas obras. A open call está aberta até 28 de setembro.
A programação dos próximos meses mantém ainda iniciativas que já se tornaram assinatura da companhia. As “Leituras do Teatro Oficina” continuam, com a presença de Tânia Dinis, a 30 de setembro, dos artistas do programa “Criação Crítica” acompanhados por Lígia Soares, a 28 de outubro, e de Nuno M, a 18 de novembro. As sessões acontecerão em espaços alternados do Centro Cultural Vila Flor, que celebra 20 anos.
Voltando ao contacto direto com a comunidade, os "Ensaios de Mesa" regressam em outubro e novembro. Nesta edição, Carminda Soares, Maria R Soares e Raimundo Cosme serão convidados a jantar na casa de um habitante local, que encenará a noite e os convidados. Em troca, os artistas partilharão os seus métodos e trabalhos num ambiente intimista.
O ciclo "Sem Rede" propõe uma reflexão sobre o fracasso e a experimentação, através de performances como “Romance” de Lígia Soares, já apresentada, e o novo espetáculo de Rui Paixão, a 4 de novembro. O objetivo é desconstruir a ideia de sucesso e explorar a falha como possibilidade criativa.
Outros projetos continuam com novas configurações, nomeadamente o podcast "Papagaios na Cloud", que passará a ser transmitido na Rádio Universitária do Minho, a 10 de outubro, 14 de novembro e 12 de dezembro, e o "Hipertexto", que reúne duplas de artistas e autores em resposta a espetáculos, passa a ter caráter itinerante, em colaboração com o Teatro Cine, de Torres Vedras, e o Teatro Constantino Nery, de Matosinhos, além dos parceiros Coffeepaste, Comunidade Cultura e Arte e Gerador.
A fechar o ano, a companhia estreia uma nova criação no dia 13 de dezembro, no Grande Auditório do Centro Cultural Vila Flor. Sem revelar detalhes, Bruno dos Reis afirma apenas: "Insondável ainda será a criação que levaremos à cena no final do ano. [...] A melhor memória será sempre isso."
A programação completa, bem como as informações sobre participação e acesso às atividades, estão disponíveis no site da Oficina.
Imagem: @Teatro Oficina
