Têxteis reveem clientes (e conhecem novos) em feira com toque “sustentável”
Evento de proa na divulgação do que se faz na indústria têxtil, a Première Vision trocou, em 2022, setembro por julho e acolheu 78 expositores de Portugal, o quarto país mais representado, atrás da Itália, da Turquia e da França. Entre o contingente luso, estiveram em Paris 16 empresas de Guimarães, entre elas a Polopiqué.
Repartido por Moreira de Cónegos, Vilarinho (Santo Tirso) e Vizela, o grupo têxtil apresentou a coleção para 2023/24, ancorada em processos ecológicos: “tecidos e malhas reciclados”, “estruturas e acabamentos funcionais”, “malhas com fibras à base de biopolímeros”, “tecidos orgânicos com membranas ecológicas”, bem como “tecidos sustentáveis (produzidos com fio reciclado, tingidos e acabados com corantes e acabamento naturais)”, adianta ao Jornal de Guimarães o departamento de marketing do grupo com 860 trabalhadores e um volume de negócios que, em 2021, se aproximou dos 90 milhões de euros.
Um dos produtos exibidos pela Polopiqué foi uma mistura de algodão, liocel, viscose e poliamida, oriundo da fiação e ambicionado retrato de uma “aposta na sustentabilidade” que se quer “diferenciadora”, detalhou Paulo Loureiro, diretor comercial da empresa, ao jornal Portugal Têxtil.
O grupo considera, por isso, que o regresso à Première Vision foi “uma iniciativa de sucesso”, que lhe “permitiu reforçar a posição junto dos seus clientes”, mas também “o contacto com novos clientes e geografias”.
Nos bordados, uma “concentração muito grande” de clientes da Europa
Já a LR&T, empresa que opera no ramo dos bordados desde 1986, notou “menos movimento” face a edições anteriores da Première Vision, mas ainda assim traça um “balanço positivo” da ida a Paris, até pelo contacto com “potenciais clientes”; a maioria deles está na Europa, ao contrário de outros anos, mais diversos nas geografias de quem procurava a têxtil sediada em Gondar.
“Notou-se uma concentração muito grande na Europa. Ao contrário da anterior edição, de áreas não muito frequentes – clientes australianos e muitos norte-americanos -, notou-se desta vez uma concentração muito grande na Europa”, realça Luís Miguel Rodrigues.
Para o responsável da empresa com 95 trabalhadores, que concluiu 2021 com um volume de negócios a rondar os 2,5 milhões de euros, a “tendência de regresso da Europa” pode-se explicar pela conjuntura de custos em que hoje se movem as indústrias.
“Temos notado que existe um grande número de empresas e de visitantes que procura soluções em Portugal como alternativa aos mercados do Oriente, até pelos custos dos transportes e da disrupção dos mercados em geral desde a pandemia”, aponta.