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The Vijay Iver Trio no arranque de um Guimarães Jazz que esbate fronteiras

Tiago Mendes Dias
Cultura \ quinta-feira, novembro 11, 2021
© Direitos reservados
A 30.ª edição do festival arranca esta quinta-feira, com um trio que estende as fronteiras do jazz com influências do hip hop e de herança cultural indiana. Até 20 de novembro, há mais 11 concertos.

Hip hop, a música clássica contemporânea e algum do legado cultural da Índia são vocábulos da música que vai pelo ecoar pelo Grande Auditório do Centro Cultural Vila Flor (CCVF) a partir das 19h30. A abertura da 30.ª edição do Guimarães Jazz está aí com o The Vijay Iver Trio, formação norte-americana em busca de alargar fronteiras, que, além de Iver, inclui a contrabaixista Linda May Han Oh e o baterista Tyshawn Sorey.

Com mais de 20 álbuns lançados desde 1995, o pianista recebeu, em 2012, a distinção de artista de jazz do ano pelos críticos da DownBeat, publicação especializada em jazz e blues. O The New York Times considerou-o em 2020 uma “consciência social, um construtor de sistemas, um pensador histórico, um portal para o multiculturalismo e um colaborador multimédia”.

Depois do concerto inaugural, o Guimarães Jazz apresenta mais 11 concertos, com formações transnacionais como o Miguel Zenón Quartet, no dia 12, o WHO Trio, no dia 13, que reinterpreta o trabalho de Duke Ellington. Também no dia 13, o octeto norte-americano Chris Lightcap’s Superbigmouth, detentor de uma “abordagem muito física do jazz”, disse o programador Ivo Martins, aquando da divulgação do programa.

As outras propostas dos Estados Unidos são Black Art Jazz Collective, concerto com “perspetiva mais política”, agendado para 19 de novembro, e o quinteto de Ryan Cohan, pianista que atua no dia 20. Antes, esse músico de Chicago dirige a habitual atuação da Big Band da Escola Superior de Música e de Artes do Espetáculo (ESMAE), no dia 14.

O programa inclui ainda a ‘performance’ de Inês Malheiro, no âmbito da colaboração entre o festival e a associação portuense Porta-Jazz, no dia 14, a parceria entre o Niels Klein Trio com a Orquestra de Guimarães, no dia 17, a atuação do Projeto Sonoscopia, radicado no Porto, no dia 18, e mais dois concertos no dia de encerramento: o duo franco-suíço Samuel Blazer e Marc Ducret e a colaboração entre a Frankfurt Radio Big Band e a saxofonista Melissa Aldana, como saxofonista.

 

“Festival transcontinental” que abraça o “risco de fracassar”

O diretor artístico, Ivo Martins, já disse que o evento, apesar da “data histórica”, procura “reinventar-se permanentemente”, apesar da efeméride que se assinala neste final de ano.

“É um festival transcontinental, que abarca muita coisa. Queremos pôr em confronto alguns territórios, alguns pontos-limite, perto daquela zona que as pessoas consideram jazz e não jazz. (…) Queremos introduzir o risco de fracassar. Só existe êxito se tivermos a noção real de fracasso. Sem essa noção, tudo é êxito”, disse.

Orçado em 165 mil euros, o Guimarães Jazz vai decorrer de novo sem restrições de lotação, após a limitação de 50% que teve de cumprir em 2020, sendo que os concertos se repartem pelo CCVF e pela black box do Centro Internacional de Artes José de Guimarães.

A edição assinala ainda o regresso das jam sessions ao café-concerto do CCVF e ao Convívio, envolvido na criação do festival, em 1992. Na sede, no Largo da Misericórdia, vai estar ainda patente a exposição 60/30, referente à criação da associação e às três décadas de jazz em Guimarães.

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