Todas as ruas da cidade com procissões vão ter decorações quaresmais
As decorações que costumam adornar o Largo da República do Brasil na Quaresma, por iniciativa da Real Irmandade de Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos, vão ser replicadas nas outras artérias vimaranenses calcorreadas pelas procissões da Semana Santa. O vereador municipal para a cultura, Paulo Lopes Silva, avançou com a informação durante a apresentação da edição de 2025 de “Da Quaresma à Páscoa”, ciclo cultural que abarca o Festival Internacional de Música Religiosa de Guimarães, a exposição de arte sacra “A Paixão em Guimarães” e os fins de semana gastronómicos, entre 04 e 19 de abril.
“Há uma conversa em contínuo para fazer a cidade sentir que está em celebração nesta altura do ano. Avançamos para a decoração com motivos da época em todas as ruas por onde passam as procissões, decoradas com motivos da época, fazendo intensificar a forma como vivemos esta altura do ano. Tem impacto em quem é religioso, mas também em quem nos visita”, referiu, na sessão decorrida no salão nobre do edifício que acolhe as Oficinas de São José.
Outra das novidades é a reformulação do calendário do FIMRG, que passa a incluir o fim de semana integral anterior ao da Páscoa; o fim de semana de 11 e 12 de abril estará repleto de concertos, antes da pausa de segunda e terça-feira, e do regresso dos espetáculos na quarta-feira, em várias igrejas da cidade, com composições do período primitivo medieval, anteriores ao ano 1000 até à contemporaneidade. O certame encerra com a interpretação da 2.ª sinfonia de Mendelssohn pela Orquestra de Guimarães na noite de 19 de abril, na Igreja de São Francisco.
“Na segunda e na terça, há menos público. Vamos experimentar uma fórmula nova. Quão mais perto do fim de semana estão os concertos, mais público têm. As pessoas têm mais disponibilidade para estes espetáculos”, reconheceu o diretor artístico do festival, César Viana.
Arte sacra e gastronomia
Quanto à exposição “A paixão em Guimarães”, patente de 04 a 19 de abril, a recém-empossada diretora do Museu de Alberto Sampaio, Maria de Lurdes Rufino, vincou “o casamento entre religião, fé e arte” na Quaresma, “um tempo de quebrar rotinas e fazer pausa” para quem é católico.
“Damos destaque a algum do património artístico importantíssimo, que é reflexo de fé. Queremos consolidar este projeto. Isto não era possível sem todos os parceiros envolvidos, com as instituições que muitas vezes vão buscar peças menos visíveis, com falta de recursos e de pessoas para este fim. Associam-se a este esforço de dar a conhecer”, frisou.
A responsável enalteceu ainda o ciclo “Da Quaresma à Páscoa” por congregar várias expressões artísticas. “Antigamente, as grandes encomendas eram completas. A igreja sempre teve a perspetiva de conjugar todas as artes. Não havia artes maiores, nem menores. É com todo o gosto que nos associamos a este projeto”, frisou.
Orçado em 70 mil euros, valor ligeiramente superior ao de 2024, face às decorações adicionais, o ciclo cultural inclui ainda os fins de semana gastronómicos, marcados desta feita para 11 a 13 de abril, dias em que os restaurantes aderentes vão servir iguarias típicas da época – cabrito assado, pataniscas de bacalhau e doces brancos –, piscando o olho aos turistas, sobretudo os do país vizinho.
“O fim de semana que antecede a Páscoa é o pico da visitação à cidade. Guimarães é muito visitado pelo país vizinho, por Galiza e Madrid. É um momento de os turistas ficarem a conhecer o melhor que tem esta região, para ficarem a conhecer o espólio e todas as organizações integradas nesta organização”, salientou o vereador.
