Transmissão: o “não assunto” da Câmara que a oposição diz ser “grave”
O tema das transmissões das reuniões de câmara voltou a ser debatido esta segunda-feira, tal como perspetivado, com Ricardo Araújo – a participar remotamente por se encontrar na Assembleia da República na sua condição de deputado – a mostrar estupefação face às justificações municipais.
“Aparentemente o senhor presidente tinha informação que as reuniões estariam a ser transmitidas. Na última reunião disse, claramente, que não, não sabia. Aqui é dito que foi proposto expressamente ao presidente que os dirigentes continuassem a ter acesso a esta transmissão digital. O que é escrito é contraditório com o que disse”, introduziu.
Num tom inflamado, Ricardo Araújo recusou aceitar as explicações que apontam que os dirigentes têm acesso a partir da pandemia, lembrando que antes disso “nunca houve uma enchente de técnicos e dirigentes na reunião de câmara”, dizendo também não entender o facto de a assessoria dos vereadores com pelouros atribuídos terem acesso à referida transmissão das reuniões.
“É uma falta de respeito com a oposição e com toda a gene que é obrigada a ir à reunião de câmara se quiser assistir. É grave, de ponto de vista político”, disse, questionando se os presidentes das empresas municipais e das régie-cooperativas tinham também, ou não, acesso a esta transmissão.
Em resposta, Domingos Bragança referiu que as reuniões de câmara “nunca foram transmitidas para fora da Câmara”, remetendo esclarecimentos para a informação escrita de suporte à reunião. “A informação é muito objetiva, muito clara. Portanto, não posso dar mais informação”, disse.
“Não foi transmitido para o exterior da câmara, por isso não tem gravidade”, atirou o autarca, referindo já no final da reunião, aos jornalistas, que isto “é um não assunto”: “Que importância tem isto para os vimaranenses?”, questionou.