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Travel Fest volta para reimaginar o turismo: “Há sempre uma transformação”

Tiago Mendes Dias
Sociedade \ quinta-feira, abril 10, 2025
© Direitos reservados
A reformulação do sistema de pesquisa de viagens, a sustentabilidade e a partida na companhia de animais são alguns dos tópicos que sobressaem na terceira edição consecutiva do evento em Guimarães.

Do reconhecimento de um país através dos seus locais mais recônditos ao papel do animal na viagem, da busca por histórias de gastronomia à preocupação com a sustentabilidade, o ABVP Travel Fest regressa ao Teatro Jordão em 10 e 11 de maio para a quarta edição, a terceira na cidade-berço. Tal como em anos anteriores, a proposta é a de transformar perspetivas sobre o ato de viajar e o fenómeno do turismo.

“Todas as conversas de corredor em anos anteriores são exatamente isso. As pessoas vêm cá e há sempre uma transformação. Há pessoas que vieram ter connosco que nunca tinham pensado dessa forma sobre um destino. No ano passado, aconteceu isso com o Bernardo Conde, por exemplo, que esteve em Madagáscar”, adiantou a presidente da Associação de Bloggers de Viagens Portugueses (ABVP), durante a apresentação do evento.

Presidente da associação desde julho de 2024, a vimaranense realçou que o potencial transformador se encontra em todos os oradores, sendo, por exemplo, evidente no alemão Melvin Böcher, fundador da plataforma Travel Dudes, que está a reformular o processo de pesquisa acerca de destinos e viagens. "Apresenta uma forma diferente e disruptiva para as pessoas que pesquisam destinos. Vai mudar o sistema de pesquisa. Um dos primeiros sítios do mundo onde vai apresentar o trabalho é Guimarães”, realça.

Já a sustentabilidade na viagem estará a cargo da italiana Anna Masiello. Fluente em língua portuguesa, a viajante tem um projeto de transformação de materiais aparentemente estragados em novos materiais e vai contar uma viagem ao Japão, desenvolvida de forma lenta, com “formas alternativas de mobilidade”. “O ato de viajar não é dos mais ecológicos, mas é possível fazer isso de forma inteligente”, vinca.

Com uma vida repartida entre Havai, arquipélago norte-americano no Pacífico, e Nice, a norueguesa Anne Bisgaard vai partilhar os seus testemunhos de viagem com a cadela Bia. "É um possível alerta para o abandono de animais de estimação no período de férias. É possível viajar com o amigo de quatro patas, para destinos bastante alternativos. A Bia não é pequenina”, explica Mónica Alves.

O painel conta ainda com Nuno e Érica, casal brasileiro com raízes em Portugal que alimenta o blogue “O Miradouro”. Os dois viajantes têm explorado Portugal, mas segundo locais mais recônditos, desconhecidos da maioria dos turistas. Esse aspeto também é visível no galego Alberto Ribas, que explora locais fora do radar em Portugal, Espanha e França, à procura de histórias para contar, sobretudo relacionadas com gastronomia.

Já a húngara Diana Lesko vai falar sobre uma viagem ao Afeganistão, exemplo da “predileção por destinos perigosos e menos seguros”. “Viajou sozinha sem rede de contactos. Ela vai partilhar a experiência dela na primeira pessoa, há poucos meses. O mundo é mais seguro do que imaginamos, do que vemos nas notícias. Devemos ter segurança, mas sair da zona de conforto”, analisa a dirigente.

Portugal estará representado por Tiago Salazar, jornalista e escritor, autor de livros como “A escada de Istambul”, que vai testemunhar uma forma diferente de viajar – “vai partir tudo”, promete Mónica Alves. O fotógrafo António Avelar vai apresentar a sua experiência na Eritreia, país africano na costa do Mar Vermelho.

“Temos oradores nacionais e internacionais com vivências específicas. A ideia é que não haja um português sem razão para não vir cá. Fizemos questão de escolher um painel atrativo para qualquer um de nós”, completou.

 

“Faz todo o sentido que os vimaranenses venham”

Depois de edições com 200 a 250 pessoas diariamente no Teatro Jordão, Mónica Alves espera uma afluência semelhante em 2025. Com os bilhetes disponíveis online, a dirigente realça que a maioria da plateia é de fora de Guimarães e convida os vimaranenses a marcarem presença.

“Temos de trabalhar a mensagem de que Guimarães não é só cidade a acolher. Faz todo o sentido que os vimaranenses venham. Guimarães não é só a cidade que nos vai acolher. Também são bem-vindos”, realça Mónica Alves.

Presente na apresentação decorrida no Teatro Jordão, o vereador municipal para a cultura e o turismo, Paulo Lopes Silva, realçou que o evento não é só para especialistas e produtores de conteúdos, mas também para público não especializado. A seu ver, o ABVP Travel Fest é “uma das apostas estratégicas” mais importantes da autarquia para promover o pensamento sobre o turismo.

"O turismo é indústria da paz. Que territórios sem paz consigam encontrar no turismo a possibilidade de se interligar com outros povos e ficarmos com mais sensibilidade às outras populações para promover a paz no mundo. É com grande benefício para ambas as partes que acolhemos o evento”, referiu.

Para Paulo Lopes Silva, o ABVP Travel Fest influencia também o movimento na cidade durante o fim de semana em que decorre e no resto do ano. “Há um lastro que o evento deixa ao longo de todo o ano. Não apenas quem vem visitar naquele momento, mas também a atratividade gerada durante o festival. As publicações dos visitantes acontecem nos conteúdos ao seu ritmo”, assinalou.

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