Um museu está a ouvir –e a gravar– agricultores que lembram a vida no campo
O que encontram? A recriação de uma cozinha que podia ter sido a deles nos anos 50 ou 60. O que fazem? São entrevistados e lembram o quotidiano agrícola daquela comunidade. “A ideia é isto ficar em arquivo para consulta futura de quem tiver curiosidade de saber como era a agricultura naquele tempo”, explica o diretor da instituição cultural, Apolinário Teixeira.
É documentada a vida de quem dedicou anos de labuta à agricultura. Há muito para contar e por isso as entrevistas são gravadas em áudio e em vídeo. “Está em aberto, no fim de tudo, fazermos um resumo em espécie de vídeo que fará a súmula de todas estas conversas”, acrescenta o responsável sucedeu a Manuel Ferreira no cargo.
A ideia já era cogitada no tempo da anterior direção. Estes “inquéritos antropológicos” têm sido feitos em cooperação com a Casa de Sarmento; o protocolo com o Centro de Estudos do Património já vinha de trás, aliás. Foram entrevistados – para já – quatro agricultores. Mas não quer dizer que o número fique por aqui – “ainda “não há um número fixado”, pontua Apolinário Teixeira, e as vivências são muitas. As entrevistas vão sendo conduzidas por Antero Ferreira, diretor da Casa de Sarmento e eleito este ano presidente da Sociedade Martins Sarmento.
Um museu com peças a “respirar melhor”
O Museu de Agricultura de Fermentões viu o seu acervo recentemente reorganizado. Através do aluguer de um armazém, a direção conseguiu “libertar” o espaço museológico com a colocação das reservas no espaço alugado. “As peças podem agora respirar melhorar”, sintetiza o responsável.
A direção encabeçada por Apolinário Teixeira está à frente dos destinos do espaço de Fermentões há cerca de um ano. O Museu de Agricultura foi criado em Setembro de 1983 e pertence à Casa do Povo de Fermentões.