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Um "terreno sagrado" com parques lotados: como fixar empresas em Guimarães?

Pedro C. Esteves
Política \ quinta-feira, março 10, 2022
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Reunião de vereação discutiu o desenvolvimento económico de Guimarães. Oposição fala em poucas condições para acolher grandes empresas, Bragança acena com revisão do PDM.

A coligação Juntos por Guimarães reiterou que o concelho não tem, atualmente, “as melhores condições para acolher grandes empresas e projetos”. A oposição criticou, inclusive, o estado dos parques industriais existentes, com Bruno Fernandes a afirmar que Guimarães se está a transformar “no concelho dos centros comerciais”. Na resposta, Domingos Bragança acenou com a revisão do Plano Diretor Municipal e afirmou que há entidades que olham para a cidade berço como “terreno sagrado”.

Tema amplamente debatido nas reunião do executivo, o desenvolvimento económico voltou a ocupar uma parcela considerável do período antes da ordem. O líder da oposição, Bruno Fernandes, frisou que a liderança socialista tem falhado no capítulo da “criação de condições para acolher e captar investimento” e trouxe para debate uma comparação – desta vez não com Braga ou Famalicão. “Em Santo Tirso nasceu um parque industrial com todas as condições, que criou 1900 postos de trabalho. É isso que andamos há anos a dizer. Uma empresa que precise de 15 hectares, não consegue fixar-se no nosso concelho”, disse. O social-democrata deu o exemplo da Garcia Garcia, que recentemente se mudou para o concelho tirsense. “Não temos parques industrias disponíveis, o que temos estão mal dotados e não têm condições, falta uma estratégia objetiva, uma divisão de malas prontas para trazer empresas”.

Domingos Bragança respondeu com os últimos números do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos às exportações. Em 2021, Guimarães não só inverteu a tendência de quebra das exportações que se verificava desde 2018, como atingiu a receita mais elevada desde 2011, revelam dados do INE, agregados pelo Jornal de Guimarães. “Significa que hoje, como ontem, continua a fazer valer a sua forte estrutura industrial, a sua vocação industrial e vai continuar a fazê-lo”, sublinhou o autarca.

A “atratividade” de Guimarães está patente no terreno, expandiu: Todos os parques industriais estão ocupados”. Para mitigar a situação, Domingos Bragança aludiu a uma revisão do PDM para definir áreas “que sejam programáveis para urbanização industria”. O autarca mencionou ainda a intenção de ampliar os parques industriais existentes no concelho. E deu exemplos: Moreira de Cónegos, São João de Ponte e o Avepark. “Brevemente, vou apresentar uma sessão pública da revisão do PDM, antes desta revisão não conseguíamos grande coisa”, indicou.

Acresce às limitações deste instrumento de ordenamento territorial, o facto de entidades nacionais “olharem para Guimarães como terreno sagrado”, disse o socialista. “Comparamos com outros concelhos, não há essa questão, é tudo aprovado”.

“Estruturas comerciais como cogumelos”

Para Bruno Fernandes, no final de contas, ficou “claro que o município reconheceu o erro que cometeu em não acautelar em sede de PDM áreas de acolhimento empresarial”. O social-democrata entende que “já houve muito prejuízo que não se recupera” – mas que se pode “minimizar”: “Não faz sentido que o município aposto tanto na produção do conhecimento – e bem – se depois não tem locais para fixar essas empresas. Há o Avepark, UMinho e projetos europeus. E as empresas? O tecido social vimaranense não emprega só esse tipo de quadros”.

O vereador voltou a afirmar, à margem da reunião de câmara, que, apesar de não ser contra a instalação de superfícies comerciais no concelho, estes projetos têm sido recorrentes nos “últimos anos”. “Aparecem estruturas comerciais como cogumelos. Não contribui para um equilíbrio entre atividades económicos de um concelho muito industrial”, disse.

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