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Uma contrastaria em Guimarães? "Vamos tentar e fazer tudo por tudo"

Pedro C. Esteves
Política \ segunda-feira, maio 31, 2021
© Direitos reservados
Tema marcou a reunião de câmara. Empresas passaram a ter de pagar pelas deslocações dos serviços de contrastaria a Guimarães. Ricardo Costa vai reunir com presidente da Casa da Moeda.

A contrastaria (que Guimarães ainda não tem) foi novamente tema de debate na reunião de câmara. Isto mais de meio ano depois de o vereador Ricardo Costa ter dado conta que este serviço de ensaio e marcação de artigos com metais preciosos – realizado por laboratórios acreditados – podia estar prestes a chegar a Guimarães. E por que razão voltou a ser tema? É que um serviço que a Casa da Moeda prestava gratuitamente até há pouco tempo passou a ser pago. E as empresas sentiram o impacto.

“Do ponto de vista dos cursos diretos nas empresas é brutal”, resumiu o vereador com o pelouro do Desenvolvimento Económico. “Reuni com a Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal (AORP), fizemos uma apresentação em 20 de julho, trouxemos cá o engenheiro Gonçalo Caseiro, presidente da Casa da Moeda, e o que ficou apalavrado é que íamos envidar todos os esforços para trazer uma contrastaria para Guimarães". Ficou assumida, na altura, a responsabilidade de, duas vezes por semana, durante meio ano, a contrastaria arquiteturar uma forma de vir a Guimarães trabalhar as peças. No entanto, passados os seis meses, as empresas começaram a pagar 36 euros para que o serviço chegasse ao concelho.

Oposição critica "anúncio" sem concretização

Para além de “encarecer” o preço do produto final, este valor adicional provoca constrangimentos às empresas, que “perdem um dia de trabalho” com uma peça. “A ideia na altura era que o serviço ia ser gratuito ate ser resolvida a situação, quer seja através da contrastaria ou da vinda duas vezes por semana dos responsáveis a Guimarães”, esclareceu. O vereador entende que o concelho já rivaliza com Gondomar – “no design, maquinaria, qualidade”. “Vamos tentar, fazer tudo por tudo, que se instale em Guimarães uma contrastaria”.

O mote para o debate aconteceu ainda antes da ordem do dia. A Coligação Juntos Por Guimarães, por intermédio de Ricardo Araújo, fez referência a uma notícia datada de julho, e veiculada por vários órgão de comunicação social locais, em que era dito que o vereador tinha "anunciado" a chegada de uma contrastaria - que acabou por não se concretizar. “Devo destacar a importância de Guimarães ter uma contrastaria, do crescimento impressionante deste setor. Do ponto de vista do volume de negócios e do emprego, não podemos permitir que as empresas sediadas em Guimarães, para alem dos custos deste setor, sejam prejudicadas face a Porto e Gondomar por terem custos de transporte”, frisou o vereador da oposição.

“Parece decisivo que Guimarães tenha um poder firme para revindicar junto do poder central uma contrastaria em Guimarães. Tem que haver uma posição forte de defesa deste setor. É aqui que se veem, na ação, as iniciativas a tomar para impedir as dificuldades das empresas de Guimarães”, rematou.

Um setor em crescimento

Em finais de julho de 2020, Ricardo Costa aludiu à importância deste serviço. O vereador informou que, no setor da joelheira, foi notório o incremento do volume de negócios entre 2016 e 2018, subindo 37,4% enquanto o país subiu apenas 2,2%. “Também a nível de exportações Guimarães notou uma subida na ordem dos 175% em contraste com os 10,8% no país”, indicava uma notícia do Reflexo.

O controlo e marcação de materiais preciosos só é possível fazer no Porto, Gondomar e Lisboa. Um “problema” que o vereador socialista dava conta em agosto do último ano. “Tenho reunido com os empresários do setor, tendo estes números percebe-se que um dos problemas é exatamente ao nível da contrastaria. Sendo este concelho um dos mais importantes deste setor, obviamente que um político não pode ficar indiferente a estas questões”, aponta Ricardo Costa. Agora, o vereador vai reunir novamente com o presidente da Casa da Moeda. Algo que, no entende de Ricardo Araújo, não é “politicamente correto”: “Quando anuncia salvaguardar os compromissos, é preciso garantir que isso vai acontecer”. A “pretensão” devia, segundo o vereador, “ter sido trabalhada”, ripostou, quando Ricardo Costa referiu que ia ter, ainda esta segunda-feira, uma reunião com Gonçalo Caseiro.

Um prémio à mistura

Essa reunião por Zoom vai contemplar a discussão de dois assuntos: para além da constataria, está nos planos do município apresentar um prémio de design no setor. “Já na altura falamos com o presidente da Casa da Moeda. Trata-se de uma colaboração com o Instituto de Design”, explicou Ricardo Costa. A ideia é “incorporar o design”, uma valência que dá “uma outra dimensão” à peça.

O vereador reiterou que ainda nada está decidido, mas, caso a ideia vá avante, até pode ganhar uma dimensão que extravase as fronteiras do concelho.

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