
UMinho lança projeto para testar satélites até 100 quilómetros de altitude
A Universidade do Minho (UMinho) vai testar sistemas que alcancem até 100 quilómetros de altitude, impulsionando a investigação e a economia nacional na área aeroespacial, ao abrigo do programa NORTH, Essa iniciativa visa o desenvolvimento de lançadores suborbitais, em parceria com a Força Aérea Portuguesa e a empresa aeroespacial Omnidea.
O programa NORTH decorrerá na Escola de Engenharia da UMinho, com destaque para o edifício de engenharia aeroespacial na Fábrica do Arquinho, em Guimarães, e contará com um centro de testes e lançamento na pista de aviação do Alto Minho – Cerval, em Vila Nova de Cerveira e Valença. Com o lema "NORTH – a direção para onde aponta a bússola", a iniciativa reforça o papel do Norte de Portugal no setor aeroespacial.
Segundo Gustavo Rodrigues Dias, coordenador do projeto e diretor do curso de Engenharia Aeroespacial da UMinho, esta é uma oportunidade única para consolidar a universidade como referência na área. "Queremos posicionar a UMinho como um centro de excelência em investigação aplicada e tecnologia aeroespacial, estimulando novas start-ups e projetos de inovação que coloquem Portugal no mapa da indústria espacial", sublinhou.
A Força Aérea Portuguesa também vê o projeto como um passo estratégico para a segurança e defesa nacional. O chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general João Cartaxo Alves, destacou a importância do NORTH no plano de Transformação do Poder Aeroespacial Nacional 2024-2030. "O sucesso da defesa do nosso espaço aéreo passa por inovação e monitorização avançada. Este programa permite-nos reforçar a nossa capacidade de observação e atuação no espaço", referiu.
Já Sérgio Oliveira, vice-presidente da Omnidea, destacou o impacto do NORTH na infraestrutura de testes aeroespaciais em Portugal. "Este programa não só acelera a inovação tecnológica, como também cria um ambiente propício para a formação de talentos e a atração de investimentos no setor", frisou.
O programa NORTH também apoiará a participação dos estudantes da UMinho na European Rocketry Challenge (EuRoC), uma competição internacional que fomenta o desenvolvimento de tecnologias espaciais. Com um plano de evolução que inclui lançadores supersónicos e multi-estágio, o projeto pretende abrir caminho para a construção de novos modelos de propulsão híbrida, estruturas reutilizáveis e navegação de trajetória precisa, consolidando Portugal como um player relevante na indústria aeroespacial.