
UMinho: Projeto desafia cidadãos a geolocalizar materiais literários na rua
O projeto europeu “Branding the Canon”, envolve dez universidades europeias, incluindo a Universidade do Minho e de Lisboa, desafia os cidadãos a geolocalizar, catalogar e comentar sobre os materiais literários presentes em ruas, monumentos e outros suportes físicos e digitais.
Na plataforma, há já 1800 registos de vários países, com referências a autores como Saramago, Jane Austen, Dante, Rosalía, Pushkin ou Allan Poe – e aceita-se novos contributos.
“Estamos na era da pós-literatura, a forma e função da escrita expandem-se além do livro em novos média e experiências interativas; na sociedade capitalista, textos e escritores decoram o espaço público, transmitem referências culturais, estimulam o consumo e são até usados como marca”, situa Micaela Ramon, professora da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas da UMinho e membro do projeto “Branding the Canon”, em comunicado.
“As referências literárias surgem cada vez mais no nosso quotidiano em estátuas, murais, cartazes e nomes de ruas, mas também em redes sociais, merchandising e place branding – ou seja, mantêm-se vivas em novos contextos culturais”, considera Iolanda Ogando, coordenadora do projeto e professora da Universidade da Estremadura (Espanha). Por isso, complementando o “Branding the Canon”, a equipa de investigação lançou a iniciativa “Literatura&Cía”, desafiando todas as pessoas a encontrarem e partilharem “vestígios” físicos e digitais da nossa renovada relação com a literatura.
Para o coletivo do “Branding the Canon”, fazer pesquisa, divulgação e projetos de ciência cidadã nas humanidades é essencial para preservar e analisar a cultura, mas mostra também que a ciência tem muitas facetas e que é central no discurso público. O projeto reúne 14 cientistas das universidades do Minho, Lisboa (Portugal), Estremadura, Rioja, País Basco, Barcelona, Alicante, Ilhas Baleares, Complutense (todas de Espanha) e o University College de Cork (Irlanda).