Vasco Botelho da Costa: “Perfeitos é difícil, mas temos de ser muito bons”
Jogar no recinto do Sporting de Braga é “historicamente difícil” para o Moreirense. Os números não deixam margem para dúvidas: em 14 partidas para a Liga Portugal Betclic, a equipa de Moreira de Cónegos nunca lá venceu. Perdeu em 11 ocasiões e empatou em três, uma delas no velho Estádio 1.º de Maio, a 30 de janeiro de 2004 (1-1).
Esse passado está longe de inibir Vasco Botelho da Costa, pronto para continuar a fazer história pelos vimaranenses, depois de um arranque de campeonato notável. O treinador diz que o plantel viaja até à cidade dos Arcebispos com ambição, embora admita que a valia dos arsenalistas, sobretudo quando têm a bola, obriga a sua equipa a ser melhor do que o que já costuma ser.
“O Braga vai-nos colocar muitos desafios nos momentos em que tiver a bola. É a equipa mais forte do campeonato em posse. Está cada vez mais agressiva no ataque à profundidade. É uma equipa que nos vai obrigar a ser muito melhores do que temos sido. Temos de ser muito bons a defender se queremos ter sucesso no jogo”, realçou, na conferência de antevisão à partida da 11.ª jornada, marcada para as 20h30 de domingo.
O timoneiro dos cónegos vinca que a equipa técnica preparou “a melhor estratégia para ganhar um jogo” em que nem sempre vai ser o Moreirense a ditar o que vai acontecer. Os axadrezados precisam de estar concentrados nos timings de pressão e compactos para se defenderem de um Braga que pressiona a campo inteiro, homem a homem, postura que retira tempo de decisão aos seus jogadores, mas também pode abrir espaço para o contra-ataque.
“Temos de saber jogar nos momentos de transição. Como é uma equipa que joga muito em posse, pode permitir muitas situações de contra-ataque. Eles têm sempre os jogadores muito próximos. Temos de ser bons na tomada de decisão. Perfeitos é difícil ser, mas temos de ser muito bons”, referiu.
Sem Marcelo, fruto de ter visto o quinto cartão amarelo na visita a Arouca, o treinador vai preencher o eixo da defesa com Gilberto Batista, defesa de 21 anos preparado para substituir um jogador que é “exemplo e referência” enquanto capitão, frisou Vasco Botelho da Costa.
Questionado ainda sobre o rendimento de Schettine, que já leva sete golos no campeonato, o treinador vincou que o rendimento do brasileiro é fruto do seu trabalho, mas também da adaptação do modelo de jogo treinado às características dos vários jogadores.
“Tenho a missão de retirar o melhor de cada um. Estamos a tirar o melhor do Schettine, com todo o mérito dele, porque é que trabalha, toma as decisões e as executa. É uma parte importante do nosso sucesso. Não há nada de extraordinário. Queremos tentar aproximar as nossas ideias às características dos nossos atletas. A nossa forma de jogar favorece as características dos jogadores. Não conseguimos adaptar a nossa forma de jogar a 100%, mas fazemos isso de forma a se sentirem confortáveis. De qualquer maneira, tem de continuar a ‘dar ao chinelo’, porque tem dois ‘meninos’ [Yan Lincon e Luis Hemir] prontos a lutar pelo lugar dele”, frisou.