
Vereadora diz que caso da omelete foi pontual, mas há problemas de nutrição
A refeição que originou críticas e um abaixo-assinado dos encarregados de educação a pedir melhor alimentação para os alunos foi “uma situação pontual”, adiantou a vereadora municipal com o pelouro da educação na reunião quinzenal do executivo, decorrida esta segunda-feira. O episódio datado de 17 de março ocorreu na Escola EB 2 e 3 Afonso Henriques, em Creixomil, e retrata uma omelete servida com aspeto cru.
“A situação que aconteceu foi uma situação pontual, apenas nas escolas maiores, que teve a ver com o tempo que a omelete esteve no self. Nas escolas maiores, tem de ficar no self até ao final”, explicou Adelina Paula Pinto, antes do período da ordem do dia.
A empresa contratada pela Câmara Municipal serve, em média, 10.000 almoços por dia nos 75 refeitórios, com a vereadora a mencionar uma visita sem aviso à Escola EB 2 e 3 de Abação, na passada sexta-feira, para testemunhar se a alimentação prestada era equilibrada e tinha qualidade. “Na sexta-feira, em Abação, o almoço foi massa com atum. Tinha sopa e salada. Havia imensos pratos”, referiu.
Adelina Paula Pinto frisa que todo o processo das refeições exige “uma vigilância muito grande”, com um funcionário a assumir o papel de provador antes de a comida ir para a mesa e relatórios de qualidade. A Câmara está igualmente a trabalhar para que os pais possam ir à escola, num tempo em que os alunos do 2.º e do 3.º Ciclo, bem como do Ensino Secundário, revelam problemas nutricionais.
“Da parte dos miúdos, estamos com hábitos alimentares muito diferenciados. Temos muitas crianças que se recusam a comer sopa. O peixe é uma tragédia. O acompanhamento dos funcionários funciona no 1.º Ciclo, mas não a partir do 2.º, do 3.º e do Secundário”, assumiu. “Não comem nem os legumes cozidos nem a salada. Temos muitos problemas com o pão escuro, porque os miúdos não querem comer o pão escuro”, completou.
Enquanto no 1.º Ciclo, há “uma proximidade muito grande” entre alunos, funcionários e docentes, com toda a gente a ter de passar pelo refeitório, o que gera um ambiente mais controlado, nas escolas EB 2 e 3 os refeitórios não são local obrigatório de passagem. São menos vigiados, assume a responsável. A Câmara Municipal está na fase final do procedimento de contratação de mais uma nutricionista, revelou ainda.
A propósito do assunto, o vereador da coligação Juntos por Guimarães, Ricardo Araújo, testemunhou um exemplo semelhante ao de Adelina Paula Pinto nas várias escolas do Agrupamento de Escolas de Briteiros, que visitou por ocasião da Semana Aberta. “O que me foi transmitido foi um bom exemplo. Vi a massa com atum ser cozinhada nesses dias. O feedback que obtive dessas escolas foi positivo, o que me leva a desejar que aquele problema tenha sido pontual, que não reflita a realidade do dia a dia das escolas”, disse.