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Violência contra a mulher: Um dia de alerta poderá não ser suficiente

Carolina Pereira
Sociedade \ quinta-feira, novembro 25, 2021
© Direitos reservados
O dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres assinala-se nesta quinta-feira e vale a pena alertar para números. Neste ano existiram 23 femicídios.

As associações Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA) e União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) registaram este ano, entre 01 de janeiro e 15 de novembro, a morte de 23 mulheres. Houve ainda 50 tentativas de homicídio, segundo dados analisados com base em notícias que são publicadas na comunicação social. Casos drásticos que alertam para a problemática social da violência doméstica.

No dia em que se assinala o dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres, nesta quinta-feira, 25 novembro, vale a pena chamar a atenção para alguns números.

6661 é o número respetivo a 2021 que indica a quantidade de participações à PSP e à GNR por crime de violência doméstica entre abril e junho. No segundo trimestre deste ano foram acolhidas 1098 pessoas pela Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica (RNVVD), sendo 718 mulheres e 364 crianças. No primeiro trimestre, o número foi de 1066 pessoas, 676 mulheres e 370 crianças. Apenas uma amostra daquilo que não é silenciado.

Atento a estas vítimas existe, por Guimarães, o projeto “Espaço para a Igualdade” que apoia centenas de mulheres que sofrem de violência na própria casa. Paula Oliveira, Vereadora da Ação Social, acredita que a pandemia, nomeadamente “o confinamento das vítimas”, veio influenciar e acentuar a gravidade da situação uma vez que “na maior parte dos casos o agressor estava em casa”.

Sem fatalidades a relatar, segundo a Vereadora, o projeto tem sido um suporte para as mulheres a nível psicológico, sendo que até ao momento foram oferecidas 204 consultas de psicologia. A nível socioeconómico, até este mês, atendeu 153 casos com apoios quer sociais quer de despesas, seja de renda, eletricidade, eletrodomésticos ou abrigo. No fundo, explica Paula Oliveira, “o que for necessário, sempre em articulação com o regulamento e autoridades, e sempre ao abrigo do sigilo da vítima”.

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