Num duelo de reencontros, o Vitória fez acontecer com um vendaval de golos
João Mendes subiu mais uma vez ao relvado do D. Afonso Henriques, desta vez para enfrentar a equipa que o projetou na Primeira Liga, nas duas épocas anteriores. Moreno também voltou a pisar aquele relvado, quase três meses depois de o ter feito pela última vez como técnico do Vitória, numa noite de má memória para o clube, que seria decisiva para a sua saída. Fê-lo como treinador do Desportivo de Chaves, ao leme de um plantel com outros ex-vitorianos – João Correia, João Pedro e Rúben Lameiras. E Álvaro Pacheco tinha a oportunidade de se estrear no banco de suplentes da equipa técnica vitoriana, após duas vitórias fora de portas diante de Moncarapachense e de Famalicão.
O técnico felgueirense pedira uma equipa séria, apaixonada e a fazer acontecer na antevisão. E essa mesma equipa cumpriu à risca o seu desejo. O Vitória goleou os flavienses por 5-0 e ascendeu provisoriamente ao terceiro lugar, com os mesmos 19 pontos do FC Porto. Coube a João Mendes alumiar o caminho rumo ao gordo triunfo, numa manobra a dois tempos: o remate de longe ao poste, decorridos 47 segundos de jogo, precedeu o desvio vitorioso ao minuto três, na conclusão de uma rápida jogada conduzida pela direita e definida por Jota Silva.
O Vitória repousava cedo no conforto da vantagem e não mais abriu mão dele. O Desportivo de Chaves tentava reagir através de lançamentos longos para os seus corredores, onde se encontravam Carraça e Sandro Cruz, mas esse processo ofensivo raramente deu frutos. Os três elementos mais adiantados estiveram quase sempre desapoiados, sem capacidade nem engenho para causarem mossa na defesa vitoriana. A exceção veio de longe, no remate de Rúben Ribeiro que Bruno Varela travou a custo. A bola saiu pela linha final, a centímetros da baliza.
Os pupilos de Álvaro Pacheco controlavam, mas falhavam na definição por uma boa mão cheia de vezes. A equipa pressionava e rompeu finalmente o dique que a separava da goleada aos 43 minutos, num lance que penalizou duplamente o Chaves. Ygor Nogueira derrubou Jota Silva no início da jogada e foi expulso por acumulação de amarelos; Tomás Händel teve discernimento no final para tirar um adversário do caminho e rematar em arco para o fundo das redes.
O Chaves desorganizou-se perante a inferioridade numérica e o Vitória aproveitou de novo, com a dupla de Joões a brilhar: João Mendes fez o passe longo e Jota Silva atirou para o fundo das redes.
O marcador indicava 3-0 ao intervalo, e o Vitória viria a confirmar que o jogo estava resolvido assim que Fábio Veríssimo reatou o duelo. Alegres à chuva, os pupilos de Álvaro Pacheco continuaram a trocar a bola no meio-campo flaviense, chegaram ao quarto golo numa triangulação bem gizada por João Mendes, Ricardo Mangas e André Silva e fecharam as contas nos descontos. Manu Silva estreou-se a marcar pelo Vitória, de ombro, num entardecer risonho para o Vitória apesar do escuro do céu.