Vitória e Casa Pia sem despertador para encontro sonolento
A postura vitoriana nos 15 primeiros minutos do jogo com o Casa Pia, assente numa pressão bem coordenada e numa circulação de bola escorreita entre todos os corredores, prometia uma tarde de supremacia com esperada conversão em golos, mas a promessa esteve longe de se cumprir.
No resto do tempo, as equipas nivelaram-se, mas longe de um registo de encantar: os 1.574 espetadores presentes no Estádio Municipal de Rio Maior assistiram a um excesso de bolas longas para uma e outra área, de lances disputados aos repelões e à base de entrega, a manobras ofensivas denunciadas, sem rasgos de criatividade, e a contra-ataques mal definidos. O nulo foi, por isso, a conclusão natural de um encontro que não deixa saudades a quem assistiu. O Vitória, esse, perdeu a oportunidade de se isolar na sexta posição, ultrapassando o Famalicão, e ocupa o sétimo posto, com 22 pontos, quando resta um jogo na primeira volta, em casa, perante o Nacional, na sexta-feira.
Obrigado a mexer na defesa face ao castigo de João Mendes, o treinador Luís Pinto alterou a defesa mais do que se esperaria. Além de Lebedenko aparecer no lado esquerdo da defesa, Miguel Nóbrega substituiu Thiago Balieiro, ausente com síndrome gripal, e regressou ao eixo quase dois meses depois de ter sido utilizado pela última vez, no triunfo em Tondela. Na frente, o timoneiro vitoriano preferiu jogar sem ponta de lança de raiz, devolvendo Telmo Arcanjo ao corredor direito e deslocando Oumar Camara para o meio.
Após um quarto de hora que foi bom prenúncio, diante de um adversário incapaz de segurar a bola, o Casa Pia começou a acertar posicionamentos no meio-campo, onde Mitrovic e Gonçalo Nogueira ganhavam todas as segundas bolas, e equilibrou a contenda, com a qualidade do futebol praticado a descer a pique. As exceções deram-se aos 35 minutos, na melhor jogada coletiva do Vitória, em que José Fonte roubou uma oportunidade de golo a Miguel Maga, e aos 44, na outra extremidade do relvado, com Livolant como protagonista: depois de cruzar para um corte providencial de Lebedenko, o francês quase marcou, num remate à entrada da área.
Luís Pinto trocou dois intérpretes ao intervalo, fazendo entrar Strata e Diogo Sousa para os lugares dos amarelados Miguel Maga e Mitrovic, mas a música foi a mesma: ataques com escassa fluidez de jogo e movimentos fáceis de conter por ambas as defesas. O Vitória elevou ligeiramente a fasquia entre os 60 e os 70 minutos, com maior insistência junto da área casapiana, a valer um remate de Telmo Arcanjo que quase deu golo, após tabelar em Gonçalo Nogueira, e um lance em que Alioune Ndoye, com condições para visar a baliza, cabeceou frouxo. Esse ímpeto apagou-se no último quarto de hora, com a partida a voltar à toada exibida na maior parte do tempo. No período de compensação, foi até o Casa Pia a jogar mais perto da área vitoriana, mas a imaginação também era pouca para libertar uma qualquer descarga de adrenalina em quem assistia.