Moreno quer os 53 pontos. E desaire com Arouca pode servir de aprendizagem
Espera-se um “grande ambiente” no D. Afonso Henriques este domingo, porventura com a melhor assistência da temporada. Na antevisão à receção ao Gil Vicente, em partida da 33.ª jornada da Liga Bwin, Moreno desafiou os adeptos nesse sentido, mas avisou, por outro lado, que os seus jogadores não se podem “deixar condicionar no seu trabalho”. A derrota caseira com o Arouca, na 24.ª jornada, precisamente depois de uma série com cinco triunfos e um empate, foi precisamente o alerta lançado durante a mais recente semana de trabalho; afinal o Vitória poderia criar um fosso de pontos entre o quinto lugar e o sexto e falhou esse desígnio, ao perder por 2-0.
“Preparámos o jogo de amanhã a falar do jogo com o Arouca. Vínhamos de uma série também boa. Se me dissessem que vamos ter a qualidade do jogo que tivemos com o Arouca, assinava por baixo [para domingo], mas perdemos. Tentámos perceber as razões. Amanhã poderá ser um jogo muito parecido com o que tivemos frente ao Arouca, mas com o objetivo de uma vitória”, explicou, em conferência de imprensa.
Apesar de tanto o quinto como o sexto lugar valerem o apuramento para as pré-eliminatórias da Liga Conferência Europa – nesta época, até o sétimo dá após o Desportivo de Chaves ter falhado a inscrição para as provas da UEFA -, Moreno realçou que o “foco” imediato do Vitória é o de derrotar os gilistas no domingo e o de atingir os 53 pontos, quando depende de si para consumar o quinto lugar.
“Há uma diferença muito grande entre ficar no quinto e no sexto lugar, por entrarmos mais tarde nas competições europeias, pelo prestígio de ficarmos em quinto, por ser melhor ficar em quinto do que em sexto. (…) Queremos muito ficar em quinto. Dependemos de nós. Não sabemos o que vai acontecer à tarde. Temos de nos focar em nós”, disse, na antevisão ao encontro marcado para as 15:30.
O ‘timoneiro’ vitoriano referiu ainda que os seus pupilos estão “motivados” para subir ao relvado no domingo, por ser o último da temporada em casa, perante os seus adeptos, e também pela possibilidade de, pela primeira vez em 2022/23, a equipa somar quatro triunfos seguidos no campeonato.
“É mais um desafio nosso: pela primeira vez termos quatro vitórias consecutivas. Reparem nos jogos dos ‘grandes’, nas dificuldades que têm tido para ganhar. Não é fácil conseguir quatro vitórias consecutivas. No que depender de nós, não tenho dúvidas de que a equipa vai fazer tudo para ganhar frente a uma equipa muito boa, sem o contexto da pressão competitiva”, perspetivou.
Ciente de que essa falta de “pressão competitiva” do lado barcelense pode ajudar o oponente e “dificultar a vida” aos seus pupilos, Moreno defendeu ainda que o Gil Vicente, quinto classificado na época transata, “vale mais” do que o atual 14.º lugar, face à “qualidade” do plantel.
“Não me parece que tenha havido uma reformulação tõ grande na equipa do Gil Vicente. Está lá a qualidade: Fran Navarro, Vítor Carvalho, Fujimoto. Têm qualidade, se calhar até para outros patamares”, descreveu.
Questionado sobre a norma que vai permitir aos treinadores Filipe Martins, do Casa Pia, e Luís Freire, Rio Ave, serem considerados técnicos principais na época 2023/24 ainda sem o Nível IV do curso, mas não a Moreno, o técnico do Vitória rejeitou sentir “perseguição” por parte da Liga Portuguesa de Futebol Profissional e da Associação Nacional de Treinadores de Futebol, mas assumiu que gostaria de “mais compreensão e bom senso” no processo.