O banco indicou o caminho em frente: Vitória está nos quartos da Taça
O Vitória oscilou, mas não soçobrou: a equipa de Álvaro Pacheco está nos quartos de final da Taça de Portugal ao derrotar o Penafiel por 1-0, numa gelada noite de quinta-feira. Jota Silva apontou o tento decisivo do encontro aos 74 minutos, comprovando o quanto as substituições foram decisivas para o êxito vitoriano.
Pouco enérgica na primeira metade, a turma de Álvaro Pacheco despertou um pouco no regresso dos balneários, sentiu o primeiro sério abanão na forma de jogar com a entrada de Jota Silva e consumou definitivamente o seu ascendente na partida quando Tomás Händel e Nélson da Luz substituíram o oscilante João Mendes, apesar dos inúmeros bons pormenores, e o desinspirado Tiago Silva. Até então, o Penafiel dividiu os lances de perigo com o Vitória, aproveitando os inúmeros desequilíbrios a meio-campo que só não tiveram consequências maiores face à robustez do trio defensivo e à atenção de Charles, que, chamado a substituir Bruno Varela, realizou uma boa exibição.
A competição mudou e o chip também, mas, na primeira parte, não foi para melhor. No regresso da prova rainha, Álvaro Pacheco deu oportunidade a outros nomes de serem campeões e apresentou cinco caras novas: Charles, Manu Silva, Miguel Maga, Dani Silva e João Mendes, de regresso à titularidade após debelar uma lesão e apontar um golaço em Braga.
Os primeiros minutos aparentavam uma equipa a querer dar calor a uma noite fria e a um estádio frio; a primeira ameaça à baliza penafidelense deu-se logo ao minuto três, com um remate de Ricardo Mangas para defesa de Manuel Baldé a dois tempos. O 14.º classificado da Segunda Liga tinha a lição bem estudada, porém: compactos na hora de recuar no terreno, com uma retaguarda de cinco defesas a absorver a manobra ofensiva vitoriana, os penafidelenses também se mostraram disponíveis fisicamente para pressionar a saída de bola do trio defensivo vitoriano.
O intuito era roubar bolas nas imediações da área vitoriana para atirar de pronto à baliza. No seu lance mais perigoso, conseguiu-o, embora a partir da linha do meio-campo: Robinho aproveitou um mau passe de Tiago Silva – pecou especialmente nesse capítulo ao longo da primeira parte – e progrediu em velocidade pelo corredor central até isolar Adílio, que adiantou demasiado a bola e viu Charles agarrar.
A partir do quarto de hora, o jogo arrefeceu progressivamente até a um ponto de congelação: o Vitória circulava constantemente a bola em redor da área contrária, sem soluções, nem imaginação para encontrar um espaço privilegiado para rematar. Quando os desenhos eram promissores, a equipa parecia ter demasiada cerimónia, e os lances morriam.
O reavivar do jogo só se deu após o intervalo: o Penafiel arriscou mais, os espaços apareceram um pouco por todo o lado e as ocasiões repartiram-se. Nuno Santos atirou por cima à boca da baliza, assinalando assim a despedida do jogo; Robinho acertou na trave num cruzamento e Firmino obrigou Charles a defesa atenta; Ricardo Mangas devolveu a cortesia com uma bola ao poste. Depois dessa vertigem, o jogo estabilizou, e o Vitória montou um cerco mais organizado às redes durienses. Depois do primeiro sinal de perigo de Nélson da Luz, Jota Silva não perdoou: ao segundo poste, o extremo emendou um cruzamento de Ricardo Mangas para o fundo das redes.
Feito o golo, a reação penafidelense praticamente não se viu. O Vitória atravessava a melhor fase no jogo e prolongou-a até ao fim, falhando ainda um golo cantado por Nélson da Luz, que entrou bem em campo.
FC Porto, Benfica, Sporting, Gil Vicente, União de Leiria, Santa Clara ou Vizela: um deles jogará com o Vitória. Assim ditará o sorteio de segunda-feira.