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O conforto do lar era, afinal, miragem: Vitória está fora da Europa

Tiago Mendes Dias
Desporto \ quinta-feira, agosto 03, 2023
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Quase sempre desorientada nos 120 minutos de jogo corrido, a turma de Moreno claudicou nos penáltis, tal como na pré-época, e cai na Liga Conferência Europa numa fase em que ainda era cabeça de série.

Ao segundo jogo, gorou-se o primeiro objetivo da época: o Vitória SC assumira com todas as letras que queria atingir a Liga Conferência Europa, mas caiu logo na segunda pré-eliminatória, quando era ainda cabeça de série, frente ao Celje. A turma preta e branca vencera na Eslovénia e partia em vantagem para a segunda mão. O treinador, Moreno, desvalorizou, na antevisão, esse golo de vantagem, mas enalteceu um outro fator, que poderia inclinar a eliminatória a favor dos vimaranenses: a lotação do Estádio D. Afonso Henriques, que correspondeu às expetativas.

O anfiteatro vitoriano recebeu 18.639 espetadores para um duelo em que o seu entusiasmo só se fez sentir antes do encontro. Mal soou o apito inicial e as primeiras incidências se desenrolaram, a massa adepta caiu na apatia que emanava do relvado. Incapaz de apresentar um futebol dominador, atacante, a formação de Moreno remeteu-se à expetativa, com três linhas recuadas. Mas o Celje encontrou ao longo de todo o jogo espaços entre a defesa e o meio-campo para criar perigo, ainda que esporádico. Esteve sempre mais confortável sobre o relvado, criou vários casos de superioridade numérica perante o Vitória, que nunca se libertou verdadeiramente dessa toada. Houve sempre obstáculos a emperrar a mecânica do futebol vitoriano e isso refletiu-se até ao 120.º minuto; pelo meio, Gregor Bajde apontou o único golo do Celje. Nos penáltis, o cenário repetiu-se: Tiago Silva e Zé Carlos falharam logo os dois primeiros penáltis, dando ao conjunto de Albert Riera uma margem que não desperdiçou.

Com Tiago Silva de regresso às opções, Moreno optou pelo mesmo onze que derrotou o Celje na primeira mão, mas os primeiros 45 minutos de Guimarães foram muito diferentes dos que se jogaram na Eslovénia: audível e visível na entrada das equipas, o entusiasmo dos x espetadores que se deslocaram pela primeira vez ao D. Afonso Henriques nesta época rapidamente esmoreceu perante a abordagem cautelosa da formação vitoriana.

Alinhados em 3x5x2, os 11 homens de preto e branco encontraram um adversário montado no mesmo sistema tático, quase sempre capaz de colocar dois ou três jogadores a pressionarem o portador da bola no lado vitoriano, o que deixou a equipa de Moreno, demasiado expectante e recuada, sem caminhos para a baliza e para o golo. Além disso, os vitorianos deixavam espaço entre o meio-campo e a defesa quando perdiam a bola, o que permitiu ao Celje criar a primeira ocasião de golo aos quatro minutos: Chukwubuikem Ikwuemesi desmarcou Gregor Bajde, que rematou ao lado.

As oportunidades repartiram-se na primeira metade, com André Silva a desperdiçar a mais flagrante, com remate ao poste, aos 45+2 minutos, e o Vitória até quis pegar no jogo durante a segunda metade, com os remates de Tomás Händel e de Dani Silva, mas o Celje foi mais certeiro quando ensaiou de novo o contra-ataque; a saída rápida deu origem a uma série de cruzamentos que culminaram num cabeceamento para o fundo das redes.

O golo desorientou os pupilos de Moreno, que estiveram perto de sofrer o segundo aos 81 minutos. A reação surgiu enfim a partir do minuto 85, à boleia de Nélson da Luz, com Zé Carlos a falhar uma dupla ocasião em posição frontal à baliza. A direção da bola determinou mais 30 minutos de jogo, novamente divididos, mas sem ocasiões tão claras como no tempo regulamentar. O volume ofensivo de ambas as equipas foi escasso, sem o discernimento necessário para chegar ao golo. Nos penáltis, o Vitória repetiu o desacerto do torneio da Póvoa e caiu com estrondo na primeira competição da época, para a qual tinha sérias ambições. A temporada 2023/24 começa envolta em frustração.

 

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