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Vitória sem antídoto nem oportunismo para evitar Natal amargo

Tiago Mendes Dias
Desporto \ terça-feira, dezembro 23, 2025
© Direitos reservados
Manietado pelo futebol ofensivo bem desenhado do Sporting, o Vitória também não soube aproveitar as chances de que dispôs e, pior do que isso, foi castigado sempre que dava um ar da sua graça.

O ciclo de seis jogos consecutivos sem derrotas prenunciou a consolidação do Vitória SC para a época 2025/26, mas os desempenhos perante o AVS, na Taça de Portugal, e nesta terça-feira, perante o Sporting, demonstram talvez que é ainda precoce o Vitoria afirmar-se como a equipa que se candidata todas as épocas a lugares europeus; a equipa de Luís Pinto pode lá chegar, mas tem ainda muitas arestas a limar na antecâmara do Natal

Além da juventude do plantel, o Vitória, como equipa, ainda comete sucessivos erros de posicionamento sem bola, engasga-se, volta e meia, quando tem oportunidade de contra-atacar e não consegue encontrar alternativas para anular os pontos fortes dos adversários, por muita que seja a entrega dos jogadores. Essas lacunas foram evidentes na primeira parte desta noite, que terminou numa goleada do Sporting à equipa preta e branca, por 4-1, no encerramento da 15.ª jornada da Liga Portugal Betclic.

Na primeira parte, o Vitória SC entregou-se ao jogo e quis impor-se no relvado, mas simplesmente faltou-lhe os ingredientes para ombrear com o Sporting. À exceção dos primeiros cinco minutos, em que, à boleia do entusiasmo inicial dos 25.097 espetadores que afluíram ao Estádio D. Afonso Henriques, pisaram terrenos adiantados, com uma pressão intensa à linha defensiva leonina, os jogadores do Vitória correram quase sempre atrás da bola e dos jogadores contrários.

Bem calibrada no jogo posicional ofensivo, a equipa de Rui Borges ultrapassou quase sempre a oposição de Mitrovic, Gonçalo Nogueira e Samu na zona intermédia e apareceu com naturalidade junto ao último terço vitoriano. Nessa fase, o Vitória defendeu-se com brio, sobressaindo a compostura do estreante Thiago Balieiro, mas as oportunidades para o adversário surgiram inevitavelmente.

De regresso a Guimarães, Mangas deu o primeiro aviso, num remate ao lado, aos 10 minutos. Seguiram Hjulmand, num cabeceamento cortado por Maga, Trincão num remate defendido por Castillo e Suárez num disparo a rasar o poste, com João Mendes a obrigar Rui Silva a defesa atenta, pelo meio.

O golo de Trincão, aos 32 minutos, refletiu a superioridade dos lisboetas em campo, embora tenha resultado de um contra-ataque iniciado numa simulação despropositada de Samu. Esse momento funcionou como despertador: uma equipa até então inócua nos momentos com bola despertou para o ataque, beneficiando da irreverência de Noah Saviolo no lado esquerdo. O extremo belga ameaçou aliás as redes contrárias num remate em arco aos 37 minutos, antes de Samu falhar uma ocasião ainda mais clamorosa, aos 42. A punição dessa ineficácia não tardou: cruzamento de Mangas na esquerda e Ioannidis antecipou-se a Abascal para cabecear para o fundo das redes.

A segunda parte foi diferente. As entradas de Diogo Sousa e de Telmo Arcanjo deram novo elã ao Vitória SC. A equipa tornou-se mais agressiva a meio-campo, recuperou mais bolas e criou uma corrente ofensiva que lhe permitiu jogar mais tempo nas imediações da área leonina. Os efeitos foram imediatos: Telmo Arcanjo rematou de longe e Rui Silva deixou escapar o esférico entre as mãos.

Com 2-1 no marcador, o jogo estava relançado. O Sporting ressentiu-se do golo sofrido e começou a errar vários passes. O Vitória aproveitava para manter a pressão e apostava sobretudo em cruzamentos à procura do Ndoye, mas o esforço em busca do empate ruiu ao minuto 63, quando uma abordagem estranha de Juan Castillo a cruzamento de Suárez acabou com o esférico no interior da baliza vitoriana.

A equipa trajada de branco continuou a lutar com todas as armas que tinha, mas o Sporting foi outra equipa depois do 3-1: mais confortável em campo, a gerir os ritmos do jogo e o avanço do cronómetro. O golo de Maxi Araújo, aos 79 minutos, selou o resultado, em mais um lance em que Castillo foi infeliz. O jogo contou ainda com a expulsão de Nélson Oliveira, num lance em que o avançado vitoriano pisou o pé de Gonçalo Inácio.

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