skipToMain
ASSINAR
LOJA ONLINE
SIGA-NOS
Guimarães
25 abril 2024
tempo
18˚C
Nuvens dispersas
Min: 17
Max: 19
20,376 km/h

Numa tarde de sol, um triunfo do Vitória ensombrado pela angústia

Tiago Mendes Dias
Desporto \ domingo, maio 07, 2023
© Direitos reservados
A queda de um adepto do patamar superior para o inferior da bancada Sul do D. Afonso Henriques marcou um jogo que os comandados de Moreno traduziram a supremacia total numa vitória natural.

O choque, a consternação e, depois, o silencio marcaram uma tarde que, olhando para o resultado final, parecia ter os condimentos para a celebração em comunhão entre os comandados de Moreno e os milhares de adeptos vitorianos presentes no estádio. Afinal o Vitória alcançara o segundo êxito consecutivo e destacara-se na luta pelo sexto lugar, ao chegar aos 47 pontos. Mas o sucedido ao minuto 27 do encontro Vitória e Vizela tudo o que lhe antecedeu e sucedeu no relvado: um espetador no patamar superior da bancada sul do Estádio D. Afonso Henriques caiu para o patamar inferior, ficando ali estatelado.

Perante o choque generalizado, as equipas médicas de ambas as equipas, assim como os elementos da Cruz Vermelha Portuguesa presentes no recinto. O jogo parou por 13 minutos até o adepto em causa ser encaminhado para o Hospital Senhora da Oliveira. A consternação percorria as bancadas em redor, havendo casos de pessoas a sentirem-se mal na bancada Neno (a nascente) e a serem prontamente atendidas.

Mesmo com 20.031 pessoas nas bancadas, o ambiente do estádio não foi mais o mesmo; o silêncio foi o padrão que acompanhou o resto do jogo, ocasionalmente quebrado pelos festejos nos golos de André Silva e de Afonso Freitas e pelos aplausos aos vitorianos substituídos.

Esse acidente marcou assim o triunfo mais confortável da temporada, entre portas, a materializar uma entrada muito forte em campo, o desenho ofensivo certeiro após o reatamento do encontro e o lampejo individual de Afonso Freitas na segunda parte, quando o Vizela ganhava algum ascendente, embora incipiente, apenas perigoso em dois cabeceamentos do central Anderson.

Moreno confiou no mesmo onze que encerrou o jejum de vitórias na Madeira, frente ao Marítimo, e a decisão resultou frente a um Vizela que contou com os regressos de Osmajic e de Nuno Moreira aos titulares. A primeira oportunidade surgiu logo ao segundo minuto, num remate de André Silva que saltitou duas vezes nos ferros, e deu o mote para um quarto de hora de total supremacia, assente na dinâmica de Jota Silva e Mikey Johnston nas alas.

O golo inaugural surgiu, porém, de bola parada: Mikel Villanueva apareceu solto de marcação no coração da área após canto de Mikey Johnston e cabeceou de cima para baixo, para o fundo das redes.

A perder, o Vizela arriscou um pouco mais, mas com pouco incómodo para a baliza de Bruno Varela, até que o acidente do minuto 27 alterou, por completo, a atmosfera em redor do jogo. O Vitória até foi a equipa que melhor respondeu à interrupção, dilatando a vantagem no minuto seguinte: Mikey Johnston, mais uma vez, destacou-se na esquerda e desferiu um cruzamento teleguiado para o cabeceamento de André Silva ao ângulo inferior direito.

O golo dava tranquilidade a um Vitória que geriu a vantagem na segunda parte, mesmo com uma reação mais assertiva do Vizela: Anderson subiu à área contrária e ameaçou as redes vimaranenses em dois cabeceamentos, mas Afonso Freitas esvaziou o ímpeto que restava aos comandados de Tulipa no lance mais bonito do encontro. O lateral esquerdo fletiu da ala para o corredor central e colocou a bola fora do alcance de Buntic. Estavam assim fechadas as contas de um jogo aparentemente tranquilo, ensombrado por um acidente do qual ainda não se conhecem todas as consequências.

Podcast Jornal de Guimarães
Episódio mais recente: