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Westway LAB: do talento aí a circular, emerge um festival com 19 concertos

Tiago Mendes Dias
Cultura \ sexta-feira, março 15, 2024
© Direitos reservados
De 10 a 13 de abril, a música trabalhada na Bulgária, no Reino Unido ou em Candoso entranha-se pela cidade, com o CAAA como novo palco. Capicua e Newdad são cabeças de cartaz no Vila Flor.

O cartaz da 11.ª edição do Westway LAB é público, há 19 concertos programados entre 10 e 13 de abril e os bilhetes estão à venda, mas não foi preciso esperar até lá para se ouvir uma das suas vozes. Alicerçado nas teclas e no ambiente proporcionado por St. James Park, o nome artístico de Tiago Sampaio, o tom límpido de Mafalda propagou-se pelo café-concerto do Centro Cultural Vila Flor (CCVF) no final da tarde de quarta-feira. É precisamente naquele lugar que a vimaranense vai atuar com a norte-americana Zoe Berman numa das quatro showcases das residências artísticas programadas para o Centro de Criação de Candoso.

De regresso ao festival após uma interrupção na carreira, a artista mostrou-se entusiasmada com o regresso às salas da antiga escola primária de São Martinho de Candoso. “Estamos muito entusiasmadas. Queremos conhecer nos um bocadinho melhor. Queremos perceber o objetivo com a residência. É um processo muito interessante, mas ainda estamos no início”, disse, projetando uma atuação marcada para as 23h00 de 11 de abril, uma quinta-feira, numa conversa com Tiago Sampaio, que também já passou por Candoso e lançou o mais recente álbum de colaborações na sexta-feira, e com o diretor artístico do festival, Rui Torrinha.

Esse será o último concerto das quatro residências artísticas, antecipando dois dias com 19 concertos. O primeiro, sexta-feira, terá como cabeça de cartaz Capicua, reconhecida rapper portuense, e o segundo os Newdad, banda irlandesa com vários concertos esgotados no Reino Unido. “É uma banda que, em pouco tempo, estará em ebulição entre o público, nos grandes festivais”, vincou Torrinha.

O diretor enaltece os cruzamentos entre a cena local, de que são exemplo os Unsafe Space Garden, com atuação marcada para sábado, a cena nacional e a cena internacional, bem como os parceiros envolvidos na curadoria: a rádio pública Antena 3, a plataforma Why Portugal?, de lançamento de novos talentos no país, e o European Talent Exchange Programme (ETEP), ao qual o Westway LAB está associado; isso significa a circulação por Guimarães de alguns dos nomes que atuaram no festival Eurosonic Noorderslag, anualmente realizado em Groningen (Países Baixos), no inverno.

Essa abertura traduz-se num “cartaz muito cosmopolita” com 19 nomes, de 10 nacionalidades distintas, repartidos pelo Centro Cultural Vila Flor, à noite, e por vários dos espaços da cidade, no sábado à tarde: além do habitual roteiro que congrega Convívio, Oub’Lá, Ramada e Tribuna, o Centro para os Assuntos de Arte e Arquitetura emerge como novidade em 2024. O espaço recebe os dois concertos que encerram o sábado à tarde, ambos com a chancela da ETEP: os de Franek Warzywa e Mlody Budda, às 18h00, e o de Trigaida, às 19h00.

O que distingue, sobretudo, o Westway LAB, uma década depois da sua criação, em 2013, é a sua “característica de abertura”, o ser um “festival modelo de conferência e criação” e o tentar manter a “característica local”, vincou Rui Torrinha.

 

 

Festival de “cruzamentos felizes”

O vereador municipal para a cultura realçou os “cruzamentos felizes” possibilitados pelo Westway LAB, um “projeto cultural centrado na criação”, sem deixar de ser um momento de “apresentação, concertos e festivais”, algo perfeitamente alinhado com a estratégia vimaranense para a cultura, e enalteceu o piscar de olho ao cinema. “Temos o prazer de ter um ecossistema de apresentação dentro da cidade muito relevante, com iniciativa pública, mas também associativa e privada. E temos esta escala humana com que o Westway se consegue apresentar. Temos conferências com alguns dos maiores programadores da música, mas também podemos ir comer um prego e beber um fino com eles no Tio Júlio”, descreve.

O diretor executivo d’A Oficina frisou, por seu turno, que o Westway LAB é alvo dos maiores elogios entre os parceiros europeus no ETEP, faltando-lhe conquistar ainda mais espaço a nível local e internacional. “Estamos a fazer uma candidatura europeia para dar mais tração a isto. O Westway tenta crescer todos os anos. Este é um festival de toda a gente, da cidade, dos espaços. Levamo-lo a várias casas da cidade. Cabe que a cidade o abrace. Queremos que seja um fenómeno em Portugal e em Guimarães. Já o é na Europa”, disse Hugo Freitas.

O desafio está lançado, à boleia da voz de Mafalda e da eletrónica etérea de Tiago Sampaio.

 

Programa completo do Westway LAB 2024

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