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Alta velocidade: PSD vê Guimarães na “periferia”. Bragança fala em “tramo”

Tiago Mendes Dias
Política \ quinta-feira, setembro 29, 2022
© Direitos reservados
O social-democrata lamenta que a estação esteja a noroeste do concelho de Braga e não no seio do quadrilátero e aponta “resignação” à Câmara. Presidente diz que há “projeto preliminar” para tramo.

O projeto para a linha de alta velocidade em Portugal foi apresentado nesta quarta-feira e promete reduzir a distância entre Porto e Lisboa para uma hora e 15 minutos, no serviço direto. Também existe a promessa de que o tempo de viagem entre Porto e Vigo vai cair, com uma estação de alta velocidade no território do Quadrilátero Urbano, mais propriamente na confluência entre as freguesias de Ferreiros e de Semelhe, a oeste da cidade de Braga e a noroeste do concelho bracarense.

É precisamente essa localização que desagrada ao vereador da coligação Juntos por Guimarães e presidente da Comissão Política Concelhia do PSD, Ricardo Araújo. O social-democrata frisa que o plano configura Braga como “eixo central das ligações ferroviárias” e Guimarães “cada vez mais na periferia”, com reflexos na “competitividade” do concelho e da região do Ave.

Para o responsável, o que faria sentido era uma localização entre Guimarães, Famalicão e Braga, e não por “interesse paroquial” ou “bairrismo exacerbado”. “A zona entre os três municípios é a de maior concentração industrial e populacional acima do Porto”, argumentou, no período que antecedeu a ordem do dia na reunião da Câmara Municipal. Ricardo Araújo sublinha que a estação não tem de ficar em Guimarães, mas numa área que sirva os focos populacionais da Comunidade Intermunicipal do Ave (CIM Ave).

Para o membro do executivo municipal, a definição da linha de alta velocidade Lisboa-Vigo é das “decisões mais importantes para o futuro e para a competitividade de Guimarães”, e o presidente da Câmara já “atirou a toalha ao chão”. Ricardo Araújo acusou-o até de “falta de peso político” junto do Governo. “Parece-me que o presidente da Câmara está resignado. Deitou a toalha ao chão relativamente a ter a estação no triângulo entre Guimarães, Famalicão e Braga, algo que já defendeu”, salientou. “Guimarães passa completamente ao lado da alta velocidade”, acrescentou.

 

Bragança sobre o “tramo”: “É preciso que todas as forças políticas e sociais se envolvam”

Confrontado com as declarações de Ricardo Araújo, o presidente da Câmara Municipal frisou que “uma característica que não tem é a de desistir dos projetos em que se envolve” e acrescentou que o traçado apresentado nesta quarta-feira respeita apenas ao troço Porto-Lisboa.

Domingos Bragança reconhece que sempre defendeu uma estação de alta velocidade “o mais equidistante possível entre Guimarães, Famalicão e Braga, tendo até sugerido a freguesia bracarense de Escudeiros, na fronteira com Guimarães (União de Freguesias de Airão Santa Maria, Airão São João e Vermil), como localização, mas também está ciente de que a linha pode ter ir um pouco mais pelo litoral, face à importância de passar junto ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro.

O autarca critica ainda a insistência no discurso de que Guimarães vai ficar de fora da alta velocidade, pedindo a todas as forças políticas e sociais do concelho e até dos restantes municípios da Comunidade Intermunicipal do Ave para se empenharem nesta questão. “Este plano ferroviário está a ser trabalhado há mais de 30 anos. Em vez de falarem no traçado, falem na argumentação para, em conjunto, defendermos ligação de Guimarães à alta velocidade, algo importante para o concelho e para os municípios no seu interior. O importante é estarmos ligados”, realçou, dando conta de um projeto preliminar em curso para a definição do tramo de ligação, entregue a José Mendes, ex-secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade.

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