BRT pode cruzar atual travessia entre Ponte e Taipas. Projeto é prematuro
Conhecido através da planta de localização para os ensaios geotécnicos e de caracterização de pavimentos, disponível no portal Base.Gov, a primeira hipótese tornada pública para o itinerário do BRT entre a cidade e a fronteira entre o concelho de Guimarães e o de Braga contempla a travessia do rio Ave, entre Ponte e Caldas das Taipas, através da ponte já existente. O documento, afinal, só indica dois desvios ao traçado da Estrada Nacional 101, em Fermentões e em Ponte. Na sequência da reunião do executivo municipal desta quinta-feira, o presidente de Câmara reconheceu que o alargamento do tabuleiro da ponte é uma hipótese.
“Está previsto um tabuleiro próprio da ponte que liga Taipas e Ponte, um aumento do tabuleiro para o BRT. Mas isso pode ser tudo alterado se a estrutura atual não o puder suportar. Os cálculos estão a ser feitos. O importante é que, definitivamente, estamos a trabalhar no canal dedicado para o BRT”, adiantou Domingos Bragança.
O autarca frisou que o projeto para a adoção do autocarro como transporte em via exclusiva está “a ser elaborado por diversos especialistas” a partir do “canal definido no âmbito do PDM” e encerra “grande complexidade”, exigindo “muitos aperfeiçoamentos”.
Convencido de que uma espera de oito a 10 anos para a entrada em funcionamento do BRT é uma evidência de que o projeto andou bem e teve sucesso, Domingos Bragança frisou que é preciso “concentrar esforços” para uma obra que deve ser desenhada de maneira a, num futuro mais distante, o canal dedicado para BRT poder acolher a circulação de um metro ligeiro de superfície.
O itinerário inscrito nessa planta prevê que o BRT ligue a ponte sobre o Ave à rotunda de acesso a São Martinho de Sande através da rua 19 de Junho e do centro da vila de Caldas das Taipas, inclusive uma área recentemente pedonalizada.
“Ter uma perspetiva global de mobilidade”
Ainda sem conhecimento formal do projeto de BRT para ligar Guimarães e Braga através da EN 101, o vereador Ricardo Araújo, da coligação Juntos por Guimarães, defendeu que, mais do que a ligação à estação de alta velocidade de Braga, o autocarro em via dedicada é necessário para melhorar a mobilidade entre a cidade de Guimarães e as vilas que a rodeiam.
“O BRT deve ser previsto como solução de mobilidade intraconcelhia para garantir a boa acessibilidade de transporte público às vilas. Independentemente do traçado por onde começamos, é importante termos uma perspetiva global de mobilidade do concelho, que facilite a interoperabilidade. Temos de planear a infraestrutura para garantir facilidade de acesso ao cidadão”, defendeu.