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Câmara quer ver obra da EN 206 avançar este ano. Oposição pede estratégia

Tiago Mendes Dias
Política \ sexta-feira, março 01, 2024
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Domingos Bragança diz que obra se estende pelo traçado entre Guimarães e Famalicão, custando entre oito e 10 milhões de euros. Ricardo Araújo fala em BRT e pede pensamento mais global para mobilidade.

A requalificação do troço da Estrada Nacional 206 que liga Guimarães e Famalicão, através das vilas de Brito, de Ronfe e de Joane, pode iniciar-se ainda em 2024, numa altura em que parece resolvido o impasse entre as câmaras municipais e a Infraestruturas de Portugal (IP). As autarquias de Guimarães e de Vila Nova de Famalicão apresentaram à entidade estatal um projeto de requalificação que incluía a criação de ciclovia, tendo-se disponibilizado a agirem como donos da obra, recebendo depois o dinheiro correspondente. O processo arrastou-se, contudo, e a intervenção caberá à IP.

"A obra na EN 206 é da inteira responsabilidade da Infraestruturas de Portugal. Na última reunião que tive na IP, há cerca de um mês, o senhor presidente e a senhora vice-presidente informaram-me que o procedimento de concurso para a obra estava a ser feito. Se o concurso não ficar deserto, teremos obra a iniciar este ano", assumiu Domingos Bragança, após a reunião de Câmara de quinta-feira.

O presidente da Câmara adiantou que a requalificação inclui a repavimentação da faixa de rodagem e intervenções nas águas pluviais, com um custo que pode oscilar entre os oito e os 10 milhões de euros. A autarquia vimaranense vai esperar pela conclusão dessa empreitada para avançar com a requalificação do centro da vila de Ronfe, cujo projeto está concluído. “O processo foi longo e ultimamente não deu em nada. Nós, presidentes de Câmara, decidimos que era melhor a IP fazer a obra e que depois intervínhamos nas partes que respeitam às vilas”, esclareceu.

 

BRT não é para já. Araújo pede que obras incorporem pensamento para mobilidade

O presidente da Câmara enunciou as suas previsões quanto à obra da EN 206, depois de Ricardo Araújo, vereador da oposição, ter criticado o “ziguezague entre a IP e o protocolo para transferir a responsabilidade financeira para as autarquias” e considerado que o Governo “voltou a falhar com Guimarães”. “Com este Governo, há muitas promessas, muitos documentos, muitos powerpoints, mas a execução no terreno é adiada”, referiu.

Mais do que melhorar a circulação rodoviária entre Guimarães e Famalicão, a obra na EN 206 é necessária para melhorar a ligação a “uma zona fortemente industrializada do concelho” – Brito e Ronfe – e deve incorporar um pensamento mais abrangente para a mobilidade. O estudo apresentado em julho de 2021 pela empresa Trenmo, do especialista em transportes Álvaro Costa, prevê exatamente a adoção do BRT como meio para aproximar a cidade da área de Ronfe na mobilidade intraconcelhia.

“O BRT tem de ser pensado como uma solução para o transporte público intraconcelhio, garantindo boa ligação em canal dedicado até às Taipas, a oeste, até Ronfe, e a sul, até Lordelo. O que não faz sentido, aos dias de hoje, é não programarmos isto a nível intraconcelhio, estendendo até Famalicão. Temos de andar com maior rapidez nos processos de BRT. Estes dois temas têm de ser refletidos em conjunto”, defendeu.

Confrontado com a posição do vereador do PSD, Domingos Bragança realçou que a autarquia está, neste momento, focada na ligação por BRT ao longo da Estrada Nacional 101 até à futura estação de alta velocidade de Braga, com um desenho que permita a adoção futura do metro ligeiro de superfície, sem “comprometer os projetos de ligação a Moreira e a Lordelo e de ligação a Ronfe e a Famalicão”.

O presidente da Câmara avisou, porém, que um BRT de Guimarães a Braga em “pleno funcionamento daqui a oito a 10 anos” é sinal que as entidades andaram bem e tiveram sucesso no projeto. “São projetos de grande vulto financeiro, de grande morosidade nos projetos, nas aquisições de terrenos, no canal a definir, nas validações das várias entidades”, considera.

A espera por um possível BRT para a EN 206 vai seguramente ultrapassar os 10 anos, reconhece Bragança. Tendo em conta esse horizonte temporal, “ainda vale a pena” a repavimentação prevista pela IP, porque terá “um prazo de utilização longo”. “Se quisermos meter tudo ao mesmo tempo, corremos o risco de não conseguirmos nada”, reiterou.

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