Estórias da Madeira conseguiu ajudar cuidadores, vinca a coordenadora
Apresentado publicamente em maio de 2022, com propostas de oficinas para estimular a criatividade e acompanhar a saúde mental dos cuidadores informais, o Estórias da Madeira proporcionou 230 atendimentos individuais na oficina de saúde mental até dezembro, altura em que se realizou a avaliação intermédia. Terminado o projeto com sede no Instituto de Design, com a apresentação de um balanço na terça-feira, a coordenadora do projeto espera que os dados da avaliação final vão ao encontro dos da avaliação intermédia, prenúncio de melhoria no bem-estar dos cuidadores.
“Mais significativo do que esta avaliação formal é sabermos que, em muitos casos, embora a sobrecarga se mantenha, porque o cuidador continua a sê-lo, 24 horas por dia, sete dias por semana, conseguimos ajudar as pessoas”, realça Sofia Pires, responsável pelo Palavras Infinitas – Núcleo de Inclusão, Comunicação e Média, uma das entidades ligadas ao projeto; a outra é a Because I Care – Associação para Apoiar e Cuidar de Pessoas.
Segundo os dados preliminares da avaliação da sobrecarga física, emocional e social do cuidador informal, também recolhidos até dezembro, 83% dos cuidadores “manifestaram uma redução significativa” nos sintomas de ansiedade e depressão e apresentaram “uma melhoria de 20,25% na sobrecarga proveniente do ato de cuidar”.
Sofia Pires refere ainda que o apoio aos cuidadores surgiu “entre pares”, principalmente em desafios que sujeitaram os cuidadores às “mesmas dificuldades”, e enaltece os laços criados nas várias oficinas lúdicas, que envolveram, por exemplo, a transformação de mobiliário guardado na arrecadação ou na garagem, dando-lhe uma segunda vida. “Foram criadas oficinas lúdicas que se manifestaram essenciais para a criação de laços que, em alguns casos, ultrapassaram as fronteiras do projeto e se mantêm. Durante estes 16 meses partilharam-se histórias de vida, partilharam-se tristezas e alegrias”, detalha.
Para a psicóloga Fátima Saraiva, o Estórias da Madeira fomentou o conhecimento dos cuidadores, sensibilizou-os para terem cuidados consigo mesmos e estimulou “relações interpessoais positivas e de entreajuda, potenciação da sustentabilidade e solidariedade social”, havendo um feedback entre os participantes de que o projeto cumpriu o seu propósito.