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Em Brito há “um Gerês em ponto pequeno” por explorar

Redação
Ambiente \ terça-feira, setembro 06, 2022
© Direitos reservados
Para lá do açude de Campelos há quase um quilómetro de património natural por desvendar. As fábricas esconderam o caminho para um "Gerês em ponto pequeno" que há trinta anos atraía "gente a pontapés".

As altas temperaturas que se fizeram sentir no mês de agosto levaram a que as margens do rio Ave ao longo do concelho fossem lugar atrativo para as pessoas. Entre zonas mais ou menos conhecidas, como é o caso de Barco e das Taipas, onde é tradicional ir-se a banhos, há em Brito “um pequeno Gerês” por explorar.

“Só que o Gerês está estimado”, refere Cesário Silva ao Jornal de Guimarães. Britense, há trinta anos Cesário costumava descer ao rio com regularidade. O hábito mantém-se, mas agora apenas para caminhar e notar as diferenças do passado. “Isto foi a Póvoa de muita gente”, compara, ao dizer que muitas pessoas usavam este espaço no verão antes do período de férias na Póvoa de Varzim. Refere-se ao espaço que se segue ao açude de Campelos, hoje em dia mais difícil de lá chegar. É preciso conhecer. 

“Há uns trinta anos havia aqui gente a pontapés, famílias que vinham com o merendeiro”, recorda, enquanto aponta de cima do açude para uma zona mais baixa em que a água começa a escassear: “É o poço da morte”, diz com um misto de alegria e saudosismo. “Só três indivíduos é que saltavam de cá de cima, do açude, lá para baixo. Era preciso dar impulso e cair no sítio certo”. Mais ao lado há a raiz baixa e a raiz alta, um local mais acessível ao mergulho de todos.

Enquanto vai calcorreando a margem, não consegue esconder a mágoa por ver o local com a vegetação quase a engolir o rio, praticamente não havendo acesso. “Antigamente vínhamos pelo lado de Brito, ou de Vila Nova, mas com a instalação de uma fábrica em Vila Nova cortaram o acesso cá para baixo”, sinaliza, fazendo uma vez mais a ponte entre o presente e o passado: “Com a água a correr, os penedos faziam autênticas piscinas para a canalha”.

O misto entre o baú das memórias, um baú de coisas boas, vai-se cruzando de forma constante com a realidade atual. Nesse limbo, Cesário Silva solta mais uma tirada, desta vez em relação à água. “Antigamente a água andava sempre por cima do açude, agora não passa o açude. Há menos água. E antigamente vinha limpinha, podia beber-se que não fazia mal nenhum”, diz com gosto. “Quem me dera ainda dar uns mergulhos neste rio”, desabafa.

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