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Falta de planeamento nas obras? Bragança fala em "transtornos" naturais

Pedro C. Esteves
Sociedade \ segunda-feira, março 08, 2021
© Direitos reservados
Oposição critica "falta de planeamento gritante" nas obras de acesso a São Torcato e acusa Bragança de manobra eleitoral. Autarca lembra ano complicado, acentuado pela pandemia e tempo chuvoso.

Os trabalhos de requalificação da rede viária não esperaram por 2021, ano de eleições autárquicas, para serem executadas. A ideia foi defendida pelo presidente da Câmara Municipal de Guimarães (CMG), Domingos Bragança, depois de, na última reunião de vereação, o vereador da coligação Juntos por Guimarães, Hugo Ribeiro, ter alertado para atrasos nas obras de reperfilamento na rede viária de acesso ao vale de São Torcato. “Deparamo-nos com Guimarães, neste ano, quase a parecer um estaleiro”, rematou.

Segundo o vereador, com a intervenção na EN 207-4, há vimaranenses a passar “um martírio”. “Não consegui compreender como é que tantas obras estão a ser feitas num local onde não existem percursos alternativos”, disse, “é preciso que nos tenhamos o cuidado de acautelar o quotidiano dos vimaranenses.

“Chegaram-nos reclamações relativamente à falta de planeamento, e deve doravante acautelar e não se basear somente em lançar as obras por estarmos num ano em que a materialização das mesmas é importante. Também isto compromete o mercado e economia local”, referiu.

Por seu turno, Domingos Bragança reiterou que os trabalhos na rede viária não são recentes: “Uma obra exige um conjunto de situações: projeto, muitas vezes exige aquisição de terrenos, as validações, concurso e depois é que se avança para a execução”. “As obras que estão a decorrer foram lançadas a concurso há um ano ou dois, projetos três anos”, defendeu, dando como exemplo a intervenção na EN 207-4.

O presidente da CMG lembrou ainda que os últimos tempos têm sido particularmente complicados para trabalhar a rede viária. Para além da “chuva sem cessar desde novembro”, o socialista realçou o papel de quem trabalha nas obras: “Os trabalhadores da construção civil têm sido heróis, tem ido trabalhar, muitas vezes tem infeções e equipas inteiras são levadas para casa. Qualquer obra iniciada em fevereiro de 2020 tem tido um conjunto de percalços”.

No decurso da reunião, Domingos Bragança mencionou ainda que reuniu com os presidentes das juntas de freguesia que podem sentir maior impacto com a obra – Gonça, São Torcato, Aldão, Selho São Lourenço e União de Freguesias de Atães e Rendufe – e que resultou desse encontro a ideia de colocar um placard nas imediações da obra “para que as pessoas percebam” o que se está a fazer e a antecipar o resultado final.

Em declarações aos jornalistas, à margem da reunião, o assunto voltou à tona e Hugo Ribeiro reforçou a questão eleitoral que, no entender da coligação, está em causa. “Num local onde não existem percursos alternativos, sabendo da importância da obra”, assinalou, “sentir que se deve a uma falta de planeamento grosseiro, custa”. “Nós sabemos o que se passa: ano de eleições, as obras vão para a rua. Estamos habituados a isso”, concretizou.

Por seu turno, Domingos Bragança sublinhou os trâmites legais para que a obra seja efetuada. O autarca indicou que a requalificação da EN 207-4, da bifurcação para Aldão, Selho São Lourenço e São Torcato já vem do ano passado. “Para que as pessoas não sejam levadas ao engano: uma obra tem transtornos”.

O socialista ainda se escudou das críticas evocando o caráter das obras. “A CMG não quer apenas repavimentar estradas. Repavimentar faz-se rapidamente. A CMG quer, quando intervém em grandes vias, ou vias que tenham importância na mobilidade, ter todas as infraestruturas, para toda a sua beneficiação”, especificou. O autarca aponta os próximos dois meses para o término da empreitada.

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