Festival de Canto Lírico volta com ópera para todas as idades
No quarto fim de semana de novembro, Guimarães dá o palco principal à ópera, com o regresso do Festival de Canto Lírico. A segunda parte da sexta edição realiza-se com um programa variado, que evoca um nome maior da literatura portuguesa, que transforma uma das mais reconhecidas óperas do século XVIII num espetáculo para bebés e que coloca ainda três cantoras a desafiarem-se umas às outras em pleno palco, num eco da tradição minhota do cantar ao desafio, mas num registo operático.
No sábado à noite, o Grande Auditório Francisca Abreu, no Centro Cultural Vila Flor (CCVF), recebe “Agustinopolis”, obra que se estreou em 17 de outubro, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, e que se inspira em várias frases de Agustina Bessa-Luís, escritora nascida em Vila Meã, concelho de Amarante, em 15 de outubro de 1922. Composta por Jorge Salgueiro e encenação de João Brites, fruto da parceria entre a Associação Setúbal Voz e a companhia de teatro O Bando, que celebra 50 anos, o espetáculo de 90 minutos, agendado para as 21h30, reúne 96 personagens – a idade com que a escritora morreu -, representadas por cerca de 50 pessoas, entre atores e cantores líricos. Os bilhetes têm um custo unitário de 10 euros.
O espetáculo é o segundo de uma tetralogia de óperas que compõe a sexta edição do Festival de Canto Lírico, sucedendo a “Leonor e Benjamim”, ópera alusiva ao massacre dos judeus de Lisboa, ocorrido em 1506, que subiu ao palco do CCVF em 21 de junho. A edição desenrola-se, aliás, ao ritmo da tetralogia, que inclui ainda “Eu sou a alma”, ópera alusiva às tribulações da Palestina e dos palestinianos, com estreia absoluta no CCVF, em 21 de março de 2026, e “Prisciliano”, criação que evoca um período anterior à nacionalidade portuguesa, na antiga região romana da Galécia, no noroeste da Península Ibérica, a apresentar em 19 de dezembro de 2026.
O segundo capítulo da sexta edição completa-se no próximo domingo, com uma versão de “A flauta mágica”, de Mozart, vocacionada para bebés, com apresentação marcada para as 11h00, na sede da Associação de Socorros Mútuos Artística Vimaranense (ASMAV), na rua Gil Vicente. O espetáculo de 30 minutos contará com três cantores líricos - uma soprano, um tenor e um barítono.
À tarde, a partir das 17h30, o Teatro Jordão acolhe “As três sopranas - I’m the star of the night”, uma ópera que retrata uma acesa competição pelo estrelato no universo da ópera entre três cantoras líricas – Constança Melo, Helena de Castro e Mariana Chaves. Criado pela Associação Setúbal Voz, o espetáculo será acompanhado pela Orquestra do Norte, sob direção de Fernando Marinho. O custo unitário dos bilhetes é também de 10 euros.