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Guimarães está a receber ucranianos “de forma emocional”, mas “estruturada”

Redação
Sociedade \ terça-feira, março 29, 2022
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Adelina Pinto abordou a integração que está a ser feita aos ucranianos em Guimarães. Mais do que pensar no imediato, a vice-presidente do município diz que tem de se "potencializar" o futuro.

A Câmara Municipal de Guimarães está a desenvolver esforços para receber da melhor forma possível os refugiados que têm chegado ao concelho provenientes da Ucrânia. Mais do que a resposta imediata está a ser preparada uma resposta “estrutural” e que se configure como um projeto de vida para estas pessoas, segundo Adelina Pinto.

Para a vice-presidente da câmara é necessário que os refugiados sejam “acolhidos dignamente e efetivamente”, sendo este um processo complexo que engloba diversas variáveis.

Nas escolas vimaranenses há já sensivelmente duas dezenas de crianças, sendo que o município está a dar resposta a vários níveis. “O que estamos a fazer é criar condições na escola mais próxima onde a criança está a fazer residência. Estamos a tentar articular algumas soluções para os miúdos que tinham outro tipo de oferta, como música, ginástica rítmica ou natação, atividades que faziam lá. As nossas cooperativas já se disponibilizaram de forma gratuita a abrir as suas portas para essas atividades”, deu conta a vereadora.

A outro nível, os ucranianos que já se encontravam no nosso país assumem papel preponderante neste processo, na medida em que têm as competências para ultrapassar a barreira da língua, que nesta fase é um entrave considerável. “Não é de um dia para o outro que vão começar a falar português e a entender. Temos uma senhora nas Taipas, por exemplo, que está a potenciar a comunidade que há lá a este nível”, frisa.

Num contexto extraescolar, a questão dos adultos que chegam, quase exclusivamente senhoras, está a ser pensada uma forma de potenciar as profissões que tinham. Mais uma vez as Taipas serve de exemplo.

“No grupo das Taipas uma senhora é psicóloga e a outra é professora de inglês. Temos aqui duas oportunidades: uma da língua inglesa que ajuda muito, e a própria psicóloga, como podemos aproveitar, porque a realidade é que quanto mais tarde chegam mais frágeis vêm estas crianças. Quem está a chegar agora viveu já um período de guerra considerável, já com privações e algumas com problemas, quase sem falar”, destaca.

De uma forma geral, Adelina Pinto considera que é essencial dar “hipóteses de estarem bem, seguros, mas também a desenvolver as suas potencialidades”. “Estamos a receber, nós e os outros países, de forma emocional, mas não pode ser isso. Tem de ser uma questão a longo prazo. O projeto de vida deles tem de passar por aqui, não sabemos por quanto tempo. Temos de pensar estruturalmente nestas pessoas”, apontou.

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