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Médico do HSOG, ligado à UMinho, publica artigo sobre Parkinson

Redação
Ciência & Tecnologia \ quarta-feira, janeiro 04, 2023
© Direitos reservados
O artigo de Miguel Gago sobre o papel do ferro nas manifestações fisiológicas da Doença de Parkinson foi publicado na New England Journal of Medicine. Estudo inclui utentes do hospital de Guimarães.

Médico do Hospital Senhora da Oliveira – Guimarães (HSOG) desde abril de 2011 e diretor do seu departamento de neurologia desde fevereiro último, Miguel Gago concluiu que o ferro tanto pode ser “essencial” para a produção de “dopamina endógena”, neurotransmissor responsável por sensações como o prazer, como contribuir para a “neurotoxicidade”, quando “em excesso”, exercendo “muito provavelmente um papel dual” nas pessoas que sofrem de Doença de Parkinson, frisa o médico aos meios da Universidade do Minho, entidade na qual é investigador do Instituto de Ciências da Vida e da Saúde (ICVS).

Esse resultado advém de um estudo - Ensaio de deferiprona na Doença de Parkinson - com 372 doentes do HSOG, do Hospital Universitário Lisboa Norte e do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, publicado na edição de 01 de dezembro do New England Journal of Medicine, revista norte-americana da especialidade.

“Nos futuros ensaios clínicos será importante comportar a história natural lentamente progressiva da Doença de Parkison, através de um desenho metodológico com um período temporal de intervenção mais extenso, seguramente muito superior a apenas 9 meses. Desta forma, será possível destrinçar entre um efeito sintomático imediato dependente da dopamina do potencial efeito neuroprotector providenciado pela deferiprona pela remoção do excesso de ferro”,  explica o investigador. A deferiprona é um fármaco utilizado para tratar o excesso de ferro.

No artigo é possível ver que, segundo os resultados do ensaio clínico FAIRPARK-II, que apesar da deferiprona reduzir os níveis de ferro em algumas áreas cerebrais importantes para o controlo do movimento, essa redução foi ineficaz na progressão da Parkinson, sendo também associado a um agravamento sintomático.

Em sentido inverso do FAIRPARK-II, nos anteriores quatro ensaios com deferiprona, onde se tinha hipotetizado um potencial efeito neuroprotetor da deferiprona, todos os participantes estavam a efetuar, juntamente com a deferiprona, fármacos de reposição de dopamina, como a levodopa, um aspeto que segundo Miguel Gago é “seguramente central na explicação destes resultados antagónicos”.

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