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Neno: “Soube estar presente no meio da sociedade”, diz arcebispo de Braga

Redação
Sociedade \ segunda-feira, junho 14, 2021
© Direitos reservados
Jorge Ortiga realça que o antigo guarda-redes foi “um ótimo jogador dentro das quatro linhas”, mas “ainda maior nos estádios da vida”.

A vida de Neno “não foi em vão”, reitera o arcebispo primaz de Braga na mensagem que escreveu a propósito da morte do antigo guarda-redes que, finda a sua carreira, se assumiu como um elo de coesão de Guimarães e um embaixador da comunidade pelo país. “Não passou a vida a dormir. Soube estar presente no meio da sociedade que, ao longe e ao perto, lhe presta uma justa homenagem de saudade e memória a perdurar”, lê-se no texto publicado neste domingo no sítio oficial da Arquidiocese de Braga.

Impossibilitado de testemunhar pessoalmente a “gratidão de Guimarães e do mundo do desporto a um homem que deixa marcas indeléveis”, face à celebração eucarística a que presidiu no domingo à tarde, em Famalicão, a propósito do dia de Santo António, Jorge Ortiga realçou que a “primeira vida” de Neno, marcada por “triunfos e derrotas”, “alegrias e tristezas”, deixa um “legado que não pode ser esquecido” e que o “segundo tempo de vida” começou agora, num “ambiente marcado somente pelo amor de Deus”, de “gratidão” e de “recompensa pelas jogadas maravilhosas de amor fraterno” e pelas “defesas fenomenais dos interesses de todos quantos necessitavam da sua música, sorrisos e palavras amáveis”, fossem “idosos, crianças e quem dele necessitava”.

“Esta certeza de que continua a jogar na segunda parte da sua vida é serenidade para a sua esposa, filha, neta e demais familiares. Não se trata de uma ilusão. Ele continua a participar do jogo da vida da família e dos amigos”, escreve o arcebispo, convicto de que Adelino Barros “continuará a torcer por todos” e particularmente pelas “causas de uma sociedade que, tendo adversários, não deve ter inimigos”, revelando-se “unida e fraterna na igualdade e inclusão de todos”, sem racismo ou “interesses mesquinhos que deturpam o jogo da vida”.

Para Jorge Ortiga, o exemplo de Neno deve servir para o desporto “acordar para a certeza de que praticantes e dirigentes são uma referência para muitos e particularmente para os jovens”. “Quase sempre os astros brilham durante um momento e desaparecem. Por andam muitos daqueles que já entusiasmaram os adeptos?", questiona. "Quero crer que a memória do Neno não passará facilmente: pelos jogos dentro dos estádios, mas sobretudo pelas bonitas jogadas de solidariedade e atenção aos outros semeadas em todos os momentos da sua vida”, reitera.

Convencido de que Neno foi um “ótimo jogador dentro das quatro linhas”, mas alguém “ainda maior nos estádios da vida”, Jorge Ortiga pediu ainda que, a partir da “morada eterna”, o antigo guarda-redes cante para Portugal e grite “bem alto” para que “aconteça a aurora de um mundo melhor”. Mostrou-se ainda grato pela amizade do homem que morreu na quinta-feira, aos 59 anos, deixando Guimarães, o mundo de futebol e a sociedade portuguesa em choque. “Muito obrigado. Porque sei que foste meu amigo e eu também fui teu: amigos para sempre!”, conclui.

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