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O vaivém de Priscila Fernandes é correspondência criativa entre cidades

Redação
Cultura \ segunda-feira, janeiro 10, 2022
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Vaivém entre Porto e Guimarães está patente no trabalho da artista portuguesa com vida e trabalho internacional, este é um programa público em parceria entre o CIAJG e o Sismógrafo.

O “Vaivém/To-and-fro Priscila Fernandes" vai ganhar vida e manter-se ativo entre Guimarães e o Porto de 14 a 29 de janeiro. As exposições individuais da artista – "Escola de Lazer" e "Make it Bounce" –, apresentadas concomitantemente nas duas cidades, são o ponto de partida para um programa de visitas, um laboratório vivo, uma oficina, uma inauguração, lançamento de publicação, leituras e conversas com convidados.

Correspondência criativa entre Porto e Guimarães, a partir da obra desta artista portuguesa com vida e trabalho internacional, este é um programa público em parceria entre o CIAJG e o Sismógrafo, que convida a participar e aprofundar reflexões presentes no trabalho de Priscila Fernandes, sobre noções de lazer e diversão como estratégias de enfrentamento das expetativas do trabalho e da produtividade. 

No CIAJG, a exposição “Escola de Lazer” apresenta um importante corpo de trabalho da artista Priscila Fernandes e percorre três séries recentes de pintura, instalação, vídeo e fotografia – “Never Touch the Ground” (2020), “Labour Series” (2020) e “Free. To do Whatever We” (2018), sendo esta uma das oito exposições que se juntam às coleções deste museu integrando o atual ciclo ‘Ficcionar o Museu’, que se estende até ao próximo dia 10 de abril com um conjunto de mostras de diversos artistas ao longo de treze salas, sublinhando a ideia de museu como máquina de ficções. No Sismógrafo, Priscila Fernandes apresenta a sua mais recente obra em formato vídeo, que dá nome à exposição – “Make it Bounce” – e o livro de artista “The Waterslide of Abstract Art”, editado pelo Sismógrafo e com curadoria do próprio coletivo de artistas que programa o espaço. 

O trabalho de Priscila Fernandes – instalações, pintura, fotografia, livros – debruça-se sobre a construção histórica, cultural e económica do binômio trabalho/lazer, e da sua influência na perceção e criação artísticas. Os mitos associados à abundância e ao ócio (por exemplo, o mito medieval de Cocanha), bem como as formas de apropriação do tempo de não trabalho por parte do capital através das mais diversas atividades, dentre elas, a disseminação do consumo, são vetores da pesquisa de Priscila Fernandes. Através de uma abordagem especulativa e ficcional, o seu trabalho lança perguntas concretas sobre a ideia de liberdade individual e coletiva, em especial no contexto de uma generalizada precariedade laboral da nossa sociedade. 

Após inaugurar a exposição “Make it Bounce” e lançar a publicação “The Waterslide of Abstract Art” no dia 14 de janeiro (17h00-21h00) no Sismógrafo, Priscila Fernandes entra a bordo do Vaivém que terá este espaço portuense e o CIAJG como paragens obrigatórias de um itinerário de passeios e conversas motivadas pelas exposições desta artista nas duas cidades. Assim, logo no dia 15 de janeiro, o Vaivém (Porto – Guimarães – Porto) entra em funcionamento permitindo visitar a exposição “Make it Bounce” às 14h30 no Sismógrafo (Porto) e seguir viagem para visitar igualmente a exposição “Escola de Lazer” às 16h00 no CIAJG (Guimarães), aqui com o complemento de uma conversa com a própria artista Priscila Fernandes. De referir que “Escola de Lazer”, com a curadoria de Marta Mestre, é a mais relevante exposição da artista até hoje em Portugal e ocupa três salas do CIAJG. 

Nos dias seguintes, a atividade não esmorece entre o CIAJG e Sismógrafo. Na segunda-feira, 17 de janeiro, entre as 14h30 e as 18h30, o CIAJG é alvo de uma ação que conecta artistas convidados e estudantes da Escola de Arte e Arquitetura (EAAD) da Universidade do Minho (UM), com o objetivo de desenvolver pensamento crítico e potenciar troca de experiências, processos de trabalho e percursos artísticos. “Laboratório Vivo" é uma ação dirigida aos estudantes e docentes da UM, sendo fruto do projeto “Triangular”, uma parceria entre o CIAJG, o CAAA (Centro para os Assuntos da Arte e Arquitetura) e a EAAD da UM. 

O dia 22 de janeiro (14h00–19h00), sábado, abre espaço para a Oficina de criação de cartazes intitulada “Nós Queremos Descansar” a decorrer no Sismógrafo com a tutoria de José Oliveira (Colectivo Rua do Sol). Partindo de uma atividade lúdica e de uma posterior reflexão crítica sobre a ideia de lazer, dá-se início a uma oficina coletiva de criação e colocação de cartazes, podendo as inscrições ser realizadas através do e-mail publicos@sismografo.org. 

O culminar do programa deste Vaivém acontece no CIAJG ao longo da tarde de 29 de janeiro (sábado) com a Ativação da cronologia “The Waterslide of Abstract Art” – uma série de leituras a várias vozes protagonizada pelo Sismógrafo a decorrer das 16h00 às 16h30 e em que se cruzarão momentos históricos, lugares, modos de viver e de pensar – e a Conversa Arte: Trabalho Imaterial, Ócio, Negócio com moderação de Marta Mestre (CIAJG) e Rodrigo Camacho (Sismógrafo) – que das 17h00 às 19h00 verá o CIAJG e o Sismógrafo empenhados em debater o lugar dos artistas na sociedade, os desafios e as especificidades do seu trabalho e em promover trocas culturais e económicas equilibradas.

O programa completo do “Vaivém/To-and-fro Priscila Fernandes" está disponível em www.ciajg.pt e os bilhetes para entrar a bordo no dia 15 de janeiro asseguram a viagem de autocarro Porto – Guimarães – Porto pelo valor de 7,5 euros ou 5 euros com desconto, estando o último percurso de retorno ao Sismógrafo (Porto) marcado para 18h00, com hora de chegada pelas ao destino previsto para 19h30.

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