Projeto 'Bússola' chega a mais latitudes: agora tem apoio do estado
Esta terça-feira foi “um dia feliz” em Fermentões, mais propriamente na Casa do Povo de Fermentões, com a presença da secretária de estado da Igualdade e das Migrações, Isabel Rodrigues, a assinalar um protocolo de apoio ao projeto Bússola.
Em funcionamento há sensivelmente um ano e meio, este gabinete de apoio à comunidade LGBTQIA+ e familiares disponibiliza um apoio único no Minho, sustentou a secretária de estado, frisando que “é importante continuar esta luta”.
“Este apoio financeiro (42,613 mil euros) que o governo está a dar não é proporcional às mais-valias do vosso trabalho”, disse, frisando que tem “consciência do trabalho que há ainda a fazer”. Após visitar as instalações, sustentou que não chega “criar leis e aplica-las”, na medida em que tem de “haver mudanças dentro e nós”.
A “missão complicada de combater a discriminação e o preconceito”
Carlos Oliveira é o rosto do projeto; passando à prática uma ideia complicada. “Sabíamos que ia ser difícil, mas este reconhecimento deixa-nos muito felizes”. Um reconhecimento público, que já é reconhecido na comunidade, uma vez que, com o apoio psicológico online, acabou por fazer da Casa do Povo de Fermentões uma bússola que chega a várias latitudes. “Temos apoiado pessoas de todo o distrito, de Lisboa, do Porto e até do Brasil”, deu conta na sessão solene.
O que fazemos é “lutar pelos direitos humanos, fazer com que as pessoas sejam felizes e tenham um lugar no mundo”, atirou, dizendo que apesar da rede de trabalho deste projeto estar a atrair mais interessados, “combater a discriminação e o preconceito continua a ser uma missão complicada”.
O psicólogo lembra que o início foi difícil, foi preciso “ter lata” para dar os passos necessários, mas mostra-se satisfeito com o trabalho desenvolvido. “O feedback que temos tido é positivo”, deu conta.
“Motivo de orgulho” conseguido com “coragem”
Alberto Torres, presidente da Casa do Povo de Fermentões, destacou o caráter pioneiro deste “grandioso projeto” que é “motivo de orgulho” para a instituição. “É bom levar o nome de Guimarães, e do país, além-fronteiras”, aludiu.
Já Domingos Bragança exaltou a “coragem” de quem lidera o Bússola, dizendo que “temos de ser diferentes para dar uma reposta diferente”, reconhecendo que “combater estigmas é complicado” e “há ainda muito caminho para percorrer”.
“Há a sensação de que já foi pior, mas não está tudo bem e há muito caminho a fazer. Porque quando damos respostas ainda são preconceituosas”, sustentou o presidente da Câmara Municipal de Guimarães.