
Requalificação da EN206 em marcha, mas rotunda de Ronfe vai ter de esperar
A prometida requalificação do troço da Estrada Nacional 206 que liga Guimarães, mais concretamente a intersecção com a Estrada Regional 310, em Brito, à cidade de Vila Nova de Famalicão, está em curso.
Responsável pela via, a Infraestruturas de Portugal (IP) anunciou, nesta segunda-feira, o início da obra de quase nove milhões de euros que abrange uma extensão de 15 quilómetros. A empreitada visa “a melhoria das características da via, reforçando as condições de segurança e de circulação rodoviária” e a “beneficiação geral da estrada, ao nível do pavimento, da sinalização horizontal e vertical, dos equipamentos de segurança e sistemas de drenagem”.
De fora do projeto, está a ciclovia inscrita num projeto de requalificação apresentado pelas câmaras municipais de Guimarães e de Vila Nova de Famalicão à IP e também a rotunda que constituiria pontapé de saída para a execução do projeto da centralidade da vila de Ronfe. As novas rotundas ao abrigo da requalificação em curso situam-se no concelho famalicense: uma na intersecção da EN206 com a ER309, em São Martinho do Vale, e outra de ligação à Avenida Montes dos Combros, em Vermoim.
Em representação da coligação Juntos por Guimarães (JpG), Ricardo Araújo iniciou a discussão sobre a centralidade de Ronfe na reunião do executivo municipal desta segunda-feira. O vereador ligado ao PSD enalteceu o facto de o atual Governo da AD – formado pelo PSD e pelo CDS/PP – fazer “a obra sair do papel” e mostrou-se, por outro lado, preocupado com a rotunda prevista para o local que é hoje uma intersecção para as instalações do Desportivo de Ronfe.
“Objetivamente, a rotunda de Ronfe não está contemplada nesta obra em início de execução. Não está contemplada uma rotunda na vila, conforme pretendido pelas pessoas da vila”, referiu aos jornalistas, após a reunião de Câmara. Disse até que assumira a “responsabilidade” por essa obra “no tempo certo”, caso seja eleito presidente da Câmara nas Autárquicas marcadas para o último quadrimestre deste ano.
Para o presidente da concelhia do PSD de Guimarães, a rotunda para Ronfe desbloqueia-se com “força política” junto da IP. “Isto resolve-se com força política junto da IP ou chegando a acordo pela Câmara com a concordância da IP. É preciso força política para convencer e executar. Estão duas rotundas previstas, ambas do lado de Famalicão e nenhuma do lado de Guimarães”.
Na resposta, Domingos Bragança lembrou que a Câmara Municipal fez uma proposta à IP para lhe entregar a gestão da estrada e fazer obra, algo que não sucedeu, nem junto de Guimarães, nem junto de Vila Nova de Famalicão. O autarca reconheceu também que a IP desconsiderou a centralidade de Ronfe no projeto em curso, embora seja possível um acordo de gestão posterior para a execução da prometida rotunda, na vizinhança dos campos de futebol e do centro logístico ali a funcionar.
“Fizemos a proposta à IP para nos entregar a estrada e fazermos o que entendemos. A IP não entregou nada, nem a Guimarães, nem a Famalicão, e avançou com um projeto que tinha há sete ou oito anos. Não considerou a centralidade de Ronfe. A Estrada Nacional 206 divide Ronfe a meio. Pretendemos algo que seja qualificante. Temos o projeto da rotunda e da centralidade pronto”, adiantou.
“Em Silvares, resolveremos num ano o que o PS não resolveu em 10”
À boleia da discussão sobre a EN 206, Ricardo Araújo lembrou os sucessivos congestionamentos de trânsito em torno da rotunda de Silvares ou o atraso na construção do acesso ao Parque da Cidade Desportiva pela rua do Reboto, agora em curso. Vincou também que, caso seja presidente da Câmara, a via do Avepark vai ser cancelada. Para o vereador da JpG, a política municipal da maioria socialista para a mobilidade pauta-se pelos ziguezagues e pela incapacidade em resolver problemas.
“É preciso resolver este problema em Silvares. Eu comprometo-me a resolver este problema em Silvares num ano, aquilo que o PS não foi capaz em 10 anos”, disse.
O vereador considera ainda que o “atraso nas acessibilidades” acarreta custos económicos para Guimarães. “O território deixa de ser atrativo para empresas. É fundamental termos boas acessibilidades para sermos atrativos do ponto de vista económico. Isto tem sido altamente prejudicial para Guimarães”, completou.
A propósito do nó de Silvares, Domingos Bragança realçou que a solução prevista para o desatar é a execução de uma saída para a EN206, próxima da rotunda, e uma outra também para a EN206, entre o Laboratório da Paisagem e o hospital veterinário, sempre no sentido da cidade para Silvares. O autarca lamentou ainda a demora da IP em atender os pedidos do poder local.