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"Tudo sai do corpo" e o NE25A vai "lutar pela liberdade" de forma diferente

Pedro C. Esteves
Educação \ quarta-feira, janeiro 05, 2022
© Direitos reservados
O Núcleo de Estudos 25 de Abril cessa atividades anuais "por tempo indeterminado". A partir do trabalho do movimento cívico, ideias como Cidadania e Liberdade chegaram aos mais novos do concelho.

Há um trabalho de um núcleo de 17 pessoas que perdura há mais de uma década. As metas foram definidas desde cedo: envolver alunos – centenas de pequenos aprendizes –, escolas e bibliotecas do concelho e difundir o espírito de Abril. Ainda este ano, a materialização do trabalho contínuo do Núcleo de Estudos 25 de Abril (NE25A) ficou plasmada em livro: “Não atiramos a toalha ao chão” reflete a postura de um movimento que, mesmo no ano e meio ensombrado pela pandemia, não parou. Mas “tudo sai do corpo”, explica o coordenador do núcleo Amadeu Faria.

Um comunicado emitido no início do mês de dezembro explicava que as atividades anuais – marca-d'água do coletivo coordenado por Amadeu Faria – “não podem continuar a ser organizadas num fio de navalha, cada vez mais fino e cada vez mais instável”. “Cada vez sentimos o terreno mais instável, mais complicado para encontrar pontos de apoio fundamentais para se desenvolver o trabalho”, explica o professor ao Reflexo.

A sensação de trabalhar “sem rede”, as dificuldades causadas pela pandemia e o receio de que, depois de atingir “um certo patamar”, houvesse um decréscimo qualitativo nas atividades justificam a decisão. “O nosso grande receio começou também a ser o de não nos mantermos ao nível. O espetáculo "Livre com um Livro", por exemplo, teria que começar a levar uma volta muito grande e nós não temos capacidade para isso; e no Cidadanias, quem é que nos falta trazer?”, pergunta – sob esse signo, o NE25A já aproximou do concelho nomes como Pacheco Pereira, Sampaio da Nóvoa ou Ramos-Horta”.

A apresentação do livro “Não atiramos a toalha ao chão” foi mesmo a última atividade do grupo. E isso foi “propositado”. Estão naquelas páginas muitos “amigos” que o NE25A angariou ao longo dos anos. Têm chegado mensagens de apoio de muitos dos autores de textos publicados no livro, mas o coordenador prefere olhar “de forma pragmática” para o assunto: “Não deixamos de estar nos nossos locais de trabalho e nas nossas comunidades a lutar pelo que entendemos".

E se a planificação anual vai parar "por tempo indeterminado", o coletivo não enjeitará uma "oportunidade" que surja. "Não dissemos que vamos acabar  completamente. Aquele esquema montado, com planificação, não dá. No ano passado foi muito complicado”. O núcleo vai reunir várias vezes durante o ano, mas não “com o espartilho” de planear atividades. “Vale sempre a pena lutar pela democracia e pela liberdade. Enquanto existirmos, os 17 membros do núcleo garantimos uma coisa: lutar pela liberdade”, resumia Amadeu Faria aquando da apresentação do livro. O NE25A vai andar por aí.

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