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Verão e hotéis: os pilares do turismo de Guimarães

Tiago Mendes Dias
Economia \ quarta-feira, março 16, 2022
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A pandemia ensombrou os dois últimos anos, mas as dormidas e os hóspedes aumentaram em 2021. Agosto foi o pico e a hotelaria o suporte principal de Guimarães, sexto concelho a norte com mais dormidas.

As tardes de sol que agosto por norma reserva são um convite ao passeio ou a uma esplanada nas praças de Santiago e da Oliveira. O tempo é de férias, e as praças mais solicitadas do centro histórico vimaranense revestem-se de crianças, adultos e idosos: muitos deles são turistas, até pela fuga temporária de muitos locais para outras paragens. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes a 2021 confirmam essa impressão: Guimarães acolheu 37.034 dormidas no último agosto, o pico entre os 12 meses de um ano em que o total foi de 202.533. Seguem-se nessa hierarquia outubro (27.651 dormidas) e setembro (25.590).

Se a pandemia de covid-19 afetou 2020 entre março e maio, em 2021 fê-lo no primeiro trimestre. Ainda assim, o turismo no mais populoso concelho do Ave expandiu-se de um ano para o outro. Isso é válido para as dormidas – aumentaram 41% -, mas também para os hóspedes, indicador onde o crescimento foi de 36% - 85.200 para 115.991. A tendência repetiu-se a nível nacional, com um volume superior a 37 milhões de pernoitas após um crescimento de 45% face a 2020.

 

 

Além do verão, os hotéis são a outra marca do turismo vimaranense, tendo acolhido nove em cada 10 visitantes no ano passado. O setor contabilizou 178.315 dormidas, o que corresponde a 88% do total; em 2020, esse número fora de 119.336. O alojamento local perfez mais de 8,5% das pernoitas - 17.229 – e as unidades de turismo rural e de habitação acolheram 6.141 dormidas (3% do total).

O município mais turístico do Ave reuniu 53% das dormidas da sub-região em 2021 e 3,2% do Norte, região na qual se cotou como o sexto município. À frente, surgem o Porto (destacadíssimo), com quase 1,9 milhões de pernoitas, Vila Nova de Gaia e Braga, com mais de 400 mil, e ainda Matosinhos e Viana do Castelo. A nível nacional, Guimarães foi o 30.º concelho com mais dormidas.

 

 

“Quebrar a sazonalidade” e “valorizar o concelho”

A Associação Vimaranense para a Hotelaria (AVH) olha sem surpresa para os dados do INE; no entender do seu presidente, refletem a capacidade da restauração e da hotelaria da cidade para envolverem os seus clientes com o centro histórico de Guimarães, Património Mundial da UNESCO, mas também a procura irregular que tem no verão o seu auge e no inverno o fundo. “Temos de quebrar a sazonalidade”, reitera José Diogo Silva. “A AVH gostaria de um aumento do número de dormidas em épocas festivas, como o Natal, a Páscoa ou o Carnaval. Isso iria alargar a oferta, criar maior concorrência e disponibilizar melhores serviços a quem nos visita”.

A conversão do “turismo de passagem” e das “estadias de um ou dois dias” em períodos de dois a quatro dias é outro dos desígnios do líder da associação, empossado a 22 de janeiro. Para que o objetivo se cumpra, é necessária uma oferta de alojamento mais diversa, com a “aposta no turismo rural”, e a criação de rotas que deem a conhecer os locais de interesse nas áreas mais afastadas da cidade. “A criação de turismo para além do centro histórico faz com que as pessoas fiquem mais tempo. E o turista que vem e fica é o mais valioso”, reitera José Diogo Silva.

 

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