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Vereadora admite “tempo muito curto” para colocar ULS em marcha

Tiago Mendes Dias
Saúde \ quinta-feira, setembro 14, 2023
© Direitos reservados
Adelina Paula Pinto crê que o modelo pode ser mais-valia, mas admite que há pouco tempo para o implementar e que ele estará longe de ser perfeito em 01 de janeiro de 2024.

Responsável pelo pelouro da saúde, a vice-presidente da Câmara Municipal de Guimarães crê que a reorganização dos cuidados hospitalares e primários na Unidade Local de Saúde é “uma boa aposta”, mas avisa que “o processo tem de ser muito célere”; a entrada em vigor do novo modelo está prevista para 01 de janeiro de 2024 e ainda não se conhece qual a futura comissão instaladora, qual o futuro conselho de administração e até qual a futura sede, embora o Hospital Senhora da Oliveira – Guimarães seja a solução mais provável.

“O processo tem de ser muito célere, dentro do hospital e do centro de saúde. Partilho das preocupações. É um tempo muito curto para colocar as coisas em marcha”, vincou Adelina Paula Pinto, na reunião de Câmara desta quinta-feira. A ULS vai fundir o HSOG e o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Alto Ave sob uma única administração, e a vereadora tem-se reunido com ambas as entidades.

Confirmando-se que a ULS é “uma mais-valia”, Guimarães vai estar na linha da frente para o implementar, mas Adelina Paula Pinto assume que a reorganização merecia uma melhor comunicação por parte do Ministério da Saúde. A otimização da ULS vai ser um processo lento, avisa. “Não é por entrar 2024 que vai funcionar tudo de repente. É um processo vai ser lento (…). Não vamos ter uma ULS perfeita”, acrescenta.

A vereadora lamenta ainda o facto de a avaliação das oito ULS existentes não ser público e de virem a público sobretudo “más notícias”, circunstâncias que dificultam a implantação de um modelo que, a seu ver, exige “um forte investimento nos cuidados de saúde primários”. “Muitas das situações que o hospital tem de resolver estão a montante. Se o centro de saúde resolver, já não se vai entupir o hospital. Atenção aos cuidados de saúde primários”, realçou.

A ULS também pode aproximar os seis concelhos que a integram; o presidente do conselho de administração do HSOG, Henrique Capelas, já deu conta de que os médicos do hospital podem prestar atendimento nos centros de saúde em certos contextos, numa aproximação às populações mais distantes como a de Mondim de Basto. Adelina Paula Pinto avisou, porém, que é preciso “muito cuidado” na forma como se planeia esses atendimentos para evitar possíveis sobrecargas dos profissionais de saúde.

“Um pediatra do hospital pode ir ao centro de saúde de Mondim, mas não pode ir de forma avulsa. Ninguém vai de repente para atender a um pedido. Tem de se verificar se se reúne um certo número de crianças num certo dia e horário para o hospital prestar atendimento descentralizado no centro de saúde. Não podem perder as condições de trabalho, se não vamos ter uma reação dos profissionais de saúde numa área em que já há tanto desagrado”, esclareceu.

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