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Direito ao trabalho

Orlando Coutinho
Opinião \ quarta-feira, junho 07, 2023
© Direitos reservados
Não está no ADN dos socialistas (vejam-se como exemplo os confrangedores números que nos tocaram no PRR) potenciar o empreendedorismo nato de Guimarães.

Enquanto não estamos – como sociedade - suficientemente maduros para discutirmos profundamente outras formas de “ganhar a vida” (de que o rendimento básico incondicional, como o recente projeto piloto a iniciar em Inglaterra é um exemplo) e que a inteligência artificial e a robotização de processos certamente colocarão na ordem do dia de modo mais premente, pôr “pão na mesa” advém do trabalho.

Ora, no findar do pretérito mês, fomos confrontados, em Guimarães, com números (de abril) que já se suspeitavam para quem ousa sair além muralhas: o número de inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional aumentou face ao mês anterior e se compararmos com período homólogo a preocupação adensa-se: uma subida de 15,5%! Vejamos os números percentuais e absolutos e como comparamos face aos nossos vizinhos regionais com quem estamos – neste caso, verdadeiramente – irmanados, vulgo quadrilátero urbano com o puzzle a completar-se com Braga, Famalicão e Barcelos. Temos, em Guimarães, uma taxa de desemprego de 7,6%, comparado aos 5,7% de Braga, 5% de Famalicão e 3,5% de Barcelos. Sabendo que Braga tem uma população ativa superior em quase 20.000 pessoas. Ou seja, cerca de 6.000 vimaranenses estão no desemprego, números que – a Norte – só são superados pelo Porto e Gaia. Realce, quando analisamos o caso vimaranense para a faixa etária acima dos 55 anos, a predominância das mulheres – elo mais fraco de uma cadeia já de si vulnerável – e para os 12,5% de desempregados com ensino superior.

O que têm em comum estes concelhos mais próximos que comparam melhor? Uma gestão municipal PSD/CDS. Um clima de confiança, estabilidade, credibilidade, fiscalmente atrativos, com capacidade de instalação industrial e tecnológica. Tudo fatores de atratividade de investimento.

Apesar de se olvidar de fazer o “mea culpa” e da linha política que apoia e lidera o PS local ser a principal responsável pelo feito – Costa, recauchutado, com o pelouro económico do município anos a fio, não soube, porque não está no ADN dos socialistas (vejam-se como exemplo os confrangedores números que nos tocaram no PRR) potenciar o empreendedorismo nato de Guimarães – o anterior Presidente do Município, António Magalhães, como está bom de ver, tem razão ao afirmar que Guimarães perdeu competitividade regional e até nacional. Fez bem a JSD estampar no anacronismo estético certo, sabendo-se dos protagonistas, que indagava o historiador e agente cultural Francisco Brito, a propósito da hibernação patente no nosso concelho, as palavras do antigo edil.

Como tem vindo a instar a oposição no município, a criação uma Agência de Investimento - se bem gerida e programada para aproveitar o ciclo propulsor de investimento público/privado ajudado por Bruxelas - criaria um clima de negócios propenso a atração de investimento (que sucessivamente foge para outras paragens), à diversificação económica local, a oportunidades de emprego para os mais jovens e pessoas de faixas etárias a quem mais toca o desemprego, à melhoria dos salários, à criação de riqueza e à concretização da legítima expectativa de uma vida melhor para as nossas famílias.

O líder local do PSD, Ricardo Araújo, um moderado político do centro, além de ser um homem de cultura e do associativismo, também é um gestor que no seu trabalho público e também privado tem resultados porque sabe rodear-se dos melhores. Soma, sem excluir, abre ao diferente e tem nos seus mais próximos pessoas como o antigo vereador Eduardo Leite dinamizador de um recente e avultado investimento estrangeiro em Guimarães.  

Viveremos, em Guimarães, de ideologia ou pensaremos em dar um futuro melhor ao concelho e aos nossos filhos?

Resta-me, como democrata-cristão, refletir como e com os vimaranenses de olhos postos em Mateus 28,10: “Não tenhais medo. Ide anunciar…”

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