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Meio século de Universidade do Minho

Vítor Oliveira
Opinião \ sábado, fevereiro 17, 2024
© Direitos reservados
É fundamental projetar agora os próximos 10, 20, 30, 40, 50 anos. Que oportunidades oferece Guimarães aos jovens que cá estudam, após terminarem o ensino superior? Este pode ser o ponto de partida.

Completam-se este sábado 50 anos do ato fundador da Universidade do Minho, uma das instituições que Guimarães abraçou há meio século e que mais tem contribuído para o desenvolvimento do nosso território, com a formação de muitos (e muitos) alunos.

Instalada inicialmente no Palácio de Vila Flor, onde começaram a ser lecionadas as primeiras aulas, a UMinho integrou-se no grupo das “Novas Universidades” que alteraram o panorama do ensino superior no país.

Até 1972, existiam apenas quatro universidades públicas (Porto, Coimbra, Lisboa e Técnica). Em 1973, um decreto-lei levou à criação de mais quatro (UM, Universidade de Aveiro, Nova e Instituto Universitário de Évora), que deram um novo e determinante impulso ao contexto académico e científico em Portugal.

Após ter conquistado em Guimarães a sua relevância no campus de Azurém, a UMinho voltou às origens: ao quarteirão de Couros. É ali que hoje, de mãos dadas com o município, desenvolve a sua atividade formativa no âmbito das artes performativas, com o curso de teatro como referência. 

É também ali que foi criada uma Universidade sem muros cuja mancha territorial se prolonga desde o Instituto de Design (Campo da Feira) até ao Teatro Jordão, reinaugurado com novas funções justamente há dois anos, a par da Garagem Avenida, completando-se o ramalhete académico com a edificação do Campus universitário de Couros.

Pelo meio, pontifica a Universidade das Nações Unidas, uma unidade de governação eletrónica que também teve a imprescindível envolvência da UMinho – área de empreendedorismo em que a Universidade está sempre presente no processo de transferência de conhecimento para a sociedade e para o setor empresarial.

Guimarães reconhece a importância e o ativo enorme que representa a Universidade do Minho, não só na Cidade Berço como também em toda a região, a nível nacional e, sobretudo na última década, no trabalho afirmativo realizado além-fronteiras. A minha visão de futuro é de uma sociedade que assenta no conhecimento, logo, a instituição que mais produz conhecimento, que mais pessoas forma, é a Universidade. Não vejo o nosso porvir sem a UMinho e, por isso, um bom futuro passa por uma Universidade forte aqui em Guimarães. 

Em dia de simbólico aniversário, mais do que olhar para o passado, celebrar as conquistas e reviver meio século de UMinho, é fundamental projetar agora os próximos 10, 20, 30, 40, 50 anos. Que oportunidades oferece Guimarães aos jovens que cá estudam, depois de terminarem o ensino superior? Este pode ser o ponto de partida.

Ousar questionar não é criticar. É contribuir para o desenvolvimento dos nossos e do nosso território. Guimarães tem de oferecer alternativas reais que possam corresponder às expetativas dos alunos recém-licenciados. Não podemos perder jovens para outras cidades ou para o estrangeiro. É crucial que se fixem cá e que construam aqui a sua vida e a sua família.

O estudante universitário que acabou de se formar tem a vida pela frente, quer aplicar o conhecimento que adquiriu, quer concretizar os seus sonhos. E Guimarães tem de saber reter os talentos, a massa crítica que ajudou a formar num dos períodos mais importantes (e decisivos) na vida de um jovem. E, naturalmente, apostar no futuro.

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