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Os meus votos

José Cunha
Opinião \ sábado, setembro 11, 2021
© Direitos reservados
Foi sem grande surpresa, mas enorme indignação que verifiquei que, a 15 dias das eleições, nenhuma das forças candidatas disponibilizou um documento que permita conhecer e avaliar as suas propostas.

Em vésperas de eleições autárquicas, e na expectativa de um vislumbre das políticas ambientais do futuro próximo, fiz uma incursão no ambiente político de Guimarães à procura dos programas e propostas dos partidos candidatos à Câmara Municipal.

Foi sem grande surpresa, mas com enorme indignação que verifiquei que, estando a 15 dias das eleições, ainda nenhuma das forças políticas candidatas se dignou a disponibilizar um documento que permita os munícipes conhecer e avaliar as suas propostas. Fico com a impressão de que tal falta de respeito pelos eleitores não indigna quase ninguém. E isso, sim, foi uma surpresa, e uma deceção.

Na pesquisa que fiz encontrei algumas entrevistas e o debate entre candidatos que se realizou no Ateneu Comercial do Porto, e nesses retalhos de programas, só consegui descortinar propostas avulsas, ao jeito de promessas sem substância que não comprometem ninguém, mas que conseguem agradar a todos.

Nas questões de ordenamento do território e de âmbito ambiental o que vai sendo dito pelos partidos do executivo (PS e Juntos por Guimarães) é mais do mesmo, ignorando por completo a ruptura que se avizinha com as alterações climáticas. Nos outros partidos, vão surgindo ideias e ideais diferentes mas alicerçados no mesmo paradigma do crescimento contínuo e em nome de uma “coesão territorial” desde há muito deturpada pela classe política para justificar “obras” que agradam às populações locais mas que se revelam contrárias às boas práticas territoriais.

Não vou aqui revelar a minha intenção de voto, nem tão pouco apelar ao voto num qualquer partido, mas considerando o histórico, os candidatos e as poucas propostas que conheço, confesso que faço votos para que:

  1. O Partido Socialista perca a maioria absoluta no executivo ou na Assembleia Municipal. E isto não só pelo bem do ambiente, mas sobretudo pela saúde democrática de Guimarães. Já basta de arrogância e prepotência. É necessário diálogo e concertação;
  2. A CDU volte a ter um vereador na Câmara Municipal e que a Mariana Silva possa até ser convidada para o pelouro do Ambiente (com ou sem maioria do PS), até porque não existe nos candidatos a vereadores do PS ninguém com perfil e sensibilidade para o Ambiente.
  3. Em nome da pluralidade de ideias, todos os partidos possam eleger pelo menos um deputado na Assembleia Municipal.

Como referi, não apelo ao voto em nenhum partido específico, mas encorajo a que todos votem, e que esse voto possa contribuir para a pluralidade e representatividade dos eleitos, mas não sem antes se informarem dos programas e propostas dos candidatos, e terem em mente que as questões ambientais são cada vez mais fundamentais no bem-estar presente e futuro.

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