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Os negacionistas…da economia

Eduardo Fontão
Opinião \ segunda-feira, julho 12, 2021
© Direitos reservados
Não é difícil de compreender este fenómeno, num país onde mais de metade da população vive do Orçamento de Estado e recebe o mesmo ao fim do mês.

Desde o início da crise pandémica causada pelo novo coronavírus, que uma larga franja da população Portuguesa, arriscaria até a dizer que maioritária, defende de forma acérrima que a única forma de travar a evolução do vírus é decretando confinamentos agressivos. Basicamente, ficarmos todos em casa.

Não é difícil de compreender este fenómeno, num país onde mais de metade da população vive do Orçamento de Estado e recebe o mesmo ao fim do mês, ainda que a economia sofra um tombo de 7,6% em 2020 e de 5,4% no 1º trimestre de 2021 (maior queda do PIB na UE). A juntar a estes, temos outro grupo de entusiastas dos confinamentos: os profissionais liberais de classe média e média-alta que podem perfeitamente desempenhar as suas funções a partir do conforto das suas casas, sem a chatice do trânsito ou dos transportes públicos apinhados, que a economista Susana Peralta tão bem cognominou numa entrevista ao jornal I, como os “burgueses do teletrabalho”.

O problema, como sempre e como diz sabiamente o povo, é para o “mexilhão”. E os bivalves, são neste caso, toda uma classe que vive do comércio, do turismo, da organização de eventos, entre outros sectores devastados pela pandemia, e que com a sua atividade encerrada por decreto, não podem trabalhar.

Em Março de 2020 e Janeiro de 2021, os confinamentos foram totalmente justificáveis, no primeiro porque estávamos perante um vírus desconhecido e cujo comportamento e consequências de por ele sermos infetados desconhecíamos, e no segundo, pela situação caótica que se viveu nos hospitais e pelo número de mortes a que assistimos.

Neste momento, em que o processo de vacinação vai de vento em popa, com a população mais propensa a desenvolver complicações graves quase vacinada na totalidade, e em que se verifica pelos números disponibilizados diariamente, que quer o número de hospitalizações quer de óbitos não tem minimamente acompanhado as infeções, o encerramento de restaurantes, do comércio, bem como a proibição de diversos eventos é totalmente injustificada.

E não sou eu que o digo! Ainda esta semana, numa entrevista a um canal de TV, o Prof. Dr. Agostinho Marques, um dos mais reputados pneumologistas Portugueses, diretor do serviço de pneumologia do HSJ e professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, dizia que a matriz de risco da DGS está desatualizada, que não podemos decretar confinamentos só olhando para os números de infetados e que têm sido tomadas medidas desproporcionais, tendo em conta que a capacidade das UCI’s está longe de estar em stress e que temos de olhar para o efeitos que estas medidas tem na economia. E que temos de aprender a viver com o vírus, reforçando a testagem e as cautelas.

O País não pode fechar novamente por uma razão muito simples: não há dinheiro! Portugal foi o 2º país da UE que menos apoios concedeu durante a pandemia e não foi porque o governo não tivesse vontade de o fazer. Já para não falar do apoio dos municípios, que não passou muito da permissão de montar esplanadas nos passeios.

Tal como dizia a campanha Clinton em 1992: “É a economia, estúpido!!”

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