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Vindimas e Encados. Surpresas na Penha

Paulo Mateus
Opinião \ terça-feira, setembro 28, 2021
© Direitos reservados
Os vinhos da Quinta dos Encados, além de excelentes embaixadores dos Vinhos Verdes, são vinhos a descobrir e consumir regularmente, pois o que é bom “rejuvenesce”e “inspira”.

E a tão ansiada época chegou. Estamos em época das vindimas, com todos os seus rituais, aromas, cantigas e uma tradição que vem de há séculos. Basta dizer que até há bem pouco tempo, muitos agricultores contavam os seus anos pelo número de vindimas que passaram desde o nascimento.

Depois de mais um ano a ser tratada, acarinhada e podada, a videira mostra o esplendor dos seus frutos. Para o produtor, é o momento de saber se vai ser um bom ano, se todo o seu trabalho vai ser recompensado, quer em quantidade, quer em qualidade, para produzir bons vinhos.

Lord Byron escreveu um dia que o vinho “consola os tristes, rejuvenesce os velhos, inspira os jovens, alivia os deprimidos do peso das suas preocupações".

Nada mais certo, e para o demonstrar, nada melhor do que escrever umas linhas sobre uma quinta situada num monte “sagrado” para os vimaranenses, o monte da Penha.

 

 

A Quinta dos Encados fica situada na vertente nascente da Penha; é uma quinta com uma história de quatro décadas dedicadas ao cultivo da vinha e à produção de vinhos. E que bons vinhos! A quinta viu em 2019 o seu Vinho Verde Branco Grande Escolha conquistar o prémio para o melhor Vinho Verde Branco no Concurso “Os Melhores Verdes”, promovido pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV). Um prémio que distinguiu o trabalho e a dedicação de toda uma família que, nas encostas da Penha, envolvidos pela Natureza, cuidam desta bela propriedade, tão bela quanto fértil, produzindo vinhos, com o mesmo nome, carregados de tradição, mas que se distinguem pela sua frescura e elegância.

Vinhos que combinam na perfeição as castas que predominam nas vinhas, nomeadamente a versatilidade, singularidade e delicadeza da casta Loureiro, com a acidez, mineralidade e frescura da casta Arinto, no caso do Branco Grande Escolha. A Quinta produz ainda um monocasta Loureiro 2020 no qual sentimos todo o vigor desta casta, quer em termos olfativos, quer em termos de final de boca persistente e marcante.

Os vinhos da Quinta dos Encados, além de excelentes embaixadores dos Vinhos Verdes, são vinhos a descobrir e consumir regularmente, pois o que é bom “rejuvenesce”e “inspira”.

Brevemente a quinta vai ter uma vertente de enoturismo que fará as delícias dos enocuriosos, pois todo o espaço envolvente tem tanto de belo como de misterioso (ou não estivéssemos na Penha): apetece levar uma manta, uma cesta com farnel e fazer um piquenique numa das mesas onde o musgo predomina, olhar a paisagem e beber um copo de vinho…verde.

Não podia deixar nesta época de recordar Miguel Torga, que escreveu muito sobre o tema das vindimas. Recordo o seu romance “A Vindima” ou o poema “Confiança”. Nele nada fica por dizer. E como é importante não perdermos a capacidade de sonhar em tempos tão estranhos como os que vivemos...

“O que é bonito neste mundo, e anima / É ver que na vindima / De cada sonho / Fica a cepa a sonhar outra aventura / E que a doçura / Que se não prova / Se transfigura / Numa doçura / Muito mais pura / E muito mais nova…

 

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