Festa é Festa!
Na realidade, esta é a primeira edição das Festas Gualterianas, depois de ter sido decretada oficialmente o fim da pandemia – que tudo condicionou durante dois anos. Na verdade, as pessoas estavam ansiosas por voltar a sair à rua… em festa! Para celebrarem as suas festas. Da sua aldeia, da sua vila, da sua cidade.
Este sentimento não é de agora. As festas populares são uma tradição milenar que remonta aos primórdios da humanidade, representando uma celebração coletiva da vida, da cultura e da religiosidade de um povo. São ancestrais e identitárias. Já existiam antes de andarmos por cá…
A nossa função, como herdeiros deste património imaterial, é transmitir o legado que nos deixaram, passando às novas gerações os valores culturais e históricos dos nossos territórios, os costumes únicos de um povo, procurando evoluir e aperfeiçoar todos os anos, sem nunca subverter a tipologia e o padrão de um acontecimento festivo.
Sabemos que as festas populares surgiram e desenvolvem-se em torno de uma determinada evocação e limite geográfico, quase sempre junto ao local onde está o santo da festa. São momentos profundamente enraizados na vivência dos fiéis – que celebram com particular intensidade, devoção e entusiasmo.
Talvez até aos dias de hoje as festas populares se constituam como momento primordial de expansão de confraternizações e afetos tão necessários para o ser humano, frequentemente ocupados com as suas rotinas diárias. E uma festa quebra a rotina.
Neste tempo em que a pandemia nos obrigou a um demorado intervalo no quotidiano, que se estendeu também às tão aguardadas festas populares, seria certamente oportuna uma alargada reflexão (a sério) sobre tudo isto. Uma reflexão coletiva, que tem de partir de cada um de nós. Para aperfeiçoar. Para evoluir. Para manter o que nos legaram, com respeito pela genuína tradição.
Em Guimarães, vive-se este fim de semana as centenárias Festas Gualterianas, debaixo de um verão quente. Uma oportunidade para vivê-las em família, reencontrar amigos. E fortalecer laços comunitários. Até segunda-feira, dia da Marcha.
E logo de seguida… boas férias!
